Sem demoras, eis o meu top para o ano de 2010, sem nenhuma ordem em especial:
- The Golden Age – Michal Ajvaz
- The Master and Margarita – Mickhail Bulgakov
- Little Big – John Crowley
- Adventures in Unhistory – Avram Davidson
- Mister Pip – Lloyd Jones
- Sonho Febril – George R. R. Martin
- Perdido Street Station – China Miéville
- The Last Book – Zoran Zivkovic
- O Grande Retrato – Dino Buzzati
- Sempre vivemos no castelo – Shirley Jackson
De entre os livros escolhidos, apenas um é de este ano, The Golden Age, de Michal Ajvaz, e três foram lançados este ano em português, O Grande Retrato, Sempre vivemos no Castelo e Sonho Febril.
The Golden Age capta o leitor essencialmente pelas ideias diferentes e pelas imagens fortes. É também este um dos pontos fortes de The Master and Margarita, que se caracteriza por um ambiente surreal carregado de ironia e sátira. Little, Big é sem dúvida uma obra fantástica, mas subtil que nos apresenta um enredo familiar ao longo de várias gerações, que vão sendo influenciadas pelas fadas para a construção de uma história maior. Suavemente apaixonante. Bastante diferente, mas também de teor fantástico, Adventures in Unhistory é um conjunto de ensaios em torno de figuras ou acontecimentos míticos, sobre os quais o autor disserta inteligentemente.
Mister Pip é uma história excelente passada numa ilha onde os nativos sobrevivem entre as milícias e os exércitos. Devido à falta de professores, o único homem branco da ilha resolve ensinar as crianças, recorrendo à história de Great Expectations, de Charles Dickens. Sem dúvida, emocionante.
Esqueçam os vampiros românticos e penteados, e arrepiem-se com as criaturas criadas por George R. R. Martin em Sonho Febril. Com criaturas também pouco reais mas menos sobrenaturais, Perdido Street Station é um dos melhores livros de fantástico de todos os tempos: o autor constrói um mundo excepcional e dá-lhe vida, constrói e destrói personagens. Se pensar em Perdido Street Station me deixa apreensiva pela sua carga melancólica, pensar em The Last Book traz-me um sorriso. Misto entre fantástico, mistério e ficção científica, este é, para mim, um dos melhores livros do autor.
A lista termina com dois clássicos, O Grande Retrato e Sempre vivemos no castelo. O primeiro poderá ser considerado como ficção científica, possuindo cenas cómicas com pitadas de terror, onde se realça o ambiente sombrio. Também sombrio é o segundo, consequência da loucura das personagens.
Destaques para
- Flatland: Uma aventura em muitas dimensões – Edwin A. Abbott
- Se Acordar Antes de Morrer – João Barreiros
- The Painted Man – Peter V. Brett
- Enciclopédia da Estória Universal – Afonso Cruz
- City of Ruin – Mark Charan Newton
- The Dream of Perpetual Motion – Dexter Palmer
- Boneshaker – Cherie Priest
- Finch – Jeff Vandermeer
Se Acordar Antes de Morrer só não consta da lista dos melhores por ser uma colectânea onde algumas das histórias já conhecia. Mas realço que a maioria dos contos são excelentes com a pitada de humor característica de João Barreiros. Também quase no top, Enciclopédia da Estória Universal de Afonso Cruz, que só descobri em 2010.
Os livros de Peter V. Brett distinguiram-se por serem viciantes, ainda que não excelentes, e City of Ruin surpreendeu-me ao melhorar relativamente ao primeiro volume. Boneshaker é uma história divertida e The Dream of Perpetual Motion é uma obra nostálgica e intemporal que merecia ter sido aperfeiçoada de modo a tornar-se mais coesa. Finalmente, Finch é um final excelente para a cidade de Ambergris e Flatland é um clássico que, embora divertido e inteligente, não me fascinou totalmente como história.
__________________________
Melhores de
– 2009
– 2008
– 2007
– 2006
Lista completa de livros lidos em 2010
Infelizmente ainda não li nenhum dos livros mencionados, mas durante o ano deixaste-me curiosa em relação a vários.