trafalgar

Desde Kalpa Imperial que aguardava o lançamento de um novo livro de Angélica Gorodischer. Pelo menos numa edição acessível, já que as edições em espanhol atingem valores absurdos. Finalmente, saiu Trafalgar.

Trafalgar é o nome da personagem principal,  um comerciante viciado em café. Ao ritmo de uma viagem por capítulo vamos conhecendo o aventureiro comerciante que é tudo menos vulgar. Trafalgar viaja entre mundos, transportando os artigos que mais acha fazerem falta no destino. Acompanhado por vários cafés, vai relatando as várias civilizações que conhece, e as tropelias às quais escapa.

Nalguns mundos os nativos vivem quase catatónicos, apenas se movendo ao som de tambores. Nesse mesmo planeta persistem construções pertencentes a uma evoluída civilização. Quem os construiu, não se sabe. Noutro planeta vive-se em Carnaval constante, e os habitantes ocupam grande parte do tempo em máscaras e partidas. Em contrapartida, noutro planeta os habitantes vivem com medo de mudar os seus hábitos, constrangidos pela presença dos antepassados mortos que continuam a levantar-se das campas e a tentar viver o dia-a-dia com os sobreviventes.

Entre aventuras alegres e melancólicas, Trafalgar é um mulherengo bem intensionado que muda, por diversas vezes, a vida dos mundos que visita. Sempre de bom humor e prático, leva-nos por diversos mundos, peculiares e fascinantes. Apesar de ter gostado mais de Kalpa Imperial, é uma leitura agradável e fantástica que intercala aventuras pesadas com outras mais leves e divertidas.

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