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Apanhar-me desprevenida em Lisboa com uma espera pela frente e sem livro na mala (é raro, mas acontece) é meia desculpa andada para entrar numa livraria e comprar livros (sim, porque entrar e comprar só um é difícil). Assim me agarrei ao volume que me faltava da Enciclopédia Universal da Estória – Recolha de Alexandria de Afonso Cruz.

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Do lado direito encontra-se uma aquisição de outras alturas, As Aventuras de Pinóquio de Carlo Collodi que, por estranho que pareça, nunca tive oportunidade de ler:

Esta é a história do boneco de madeira que desejou tornar-se um rapaz. Tudo começa quando o desprevenido Gepeto esculpe um pedaço de madeira que consegue falar e andar. Assim nasce Pinóquio, que, depois de causar vários problemas a Gepeto, vive inúmeras aventuras, no decurso das quais é perseguido pela Raposa e pelo Gato, aconselhado pelo Grilo-Falante. Além disso, o nariz cresce-lhe quando conta uma mentira.

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Loucura… de Mário de Sá-Carneiro foi a outra aquisição para aguentar a espera que me esperava. Enquadrado na colecção Fantástica da Collares Editora, pela qual tenho alguma curiosidade, aproveitei a ocasião. Do lado encontra-se a mais recente antologia de contos de terror publicada pela Escritório Editora no âmbito do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa – MotelX:

Em conjunto com o MOTELx – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa (9ª edição), a Escritório editora lança uma colectânea de contos de terror inéditos, escritos e ilustrados por alguns dos mais conceituados autores portugueses da nova geração.
Os ecritores são Afonso Cruz, Inês Fonseca Santos, Filipe Homem Fonseca, Adolfo Luxúria Canibal (vocalista dos históricos Mão Morta) Patrícia Portela, Victória F. e Jeziel Bueno (os dois ultimos, autores revelação, eleitos no Concurso Contos de Terror MOTELx, que precedeu o livro e cujo júri foi composto por António Torrado (SPA), António Monteiro (Sustos às Sextas) e Rogério Ribeiro (Fórum Fantástico ). Os ilustradores são João fazenda, Tiago Albuquerque, Esgar Acelerado, Manuel João Vieira, Mariana a Miserável, Alex Gozblau e Mulher-Bala.

Todos os anos, em Setembro, ficam hospedadas no MOTELx muitas histórias de Terror. Desta vez, em parceria com a Escritório editora, decidimos criar uma residência permanente. Uma morada, sempre visitável, para um conjunto de novas histórias, escritas e ilustradas por autores portugueses que admiramos e à porta de quem fomos bater.

Conteúdo de terror inédito, complementado por um concurso em que um Júri MOTELx elegeu dois contos, também eles originais, de dois ilustres desconhecidos. Sete histórias de Terror com abordagens literárias ao género muito distintas e criativas, que não poderão, de forma alguma, deixá-lo indiferente. Para ler a meia-luz, ou até menos.

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Comédia em modo menor de Hans Keilson faz antever uma comédia negra em torno de um casal que terá albergado um judeu fugidio que acaba por lhes morrer no quarto. Sem puderem chamar as autoridades tentam então perceber o que hão-de fazer ao corpo comprometedor. Já Uma caneca de tinta irlandesa de Flann O’Brien lembra o nonsense:

Uma Caneca de Tinta Irlandesa» narra a história de um indolente estudante universitário, que habita com o seu tio em Dublin. Quando não está no bar mais próximo a beber cerveja com os amigos, ou na cama a dormir, este ocupa o seu tempo a escrever um romance revolucionário sobre um escritor medíocre chamado Dermot Trellis e as suas personagens absurdas que, a certo altura, cansadas da tirania do autor e, sobretudo, da sua péssima escrita, se rebelam, procurando vingar-se dele. Hilariante e inventivo, este famoso romance de Flann O’Brien, até hoje inédito em Portugal, influenciou gerações de escritores e conquistou o coração dos seus leitores.

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As salas de leitura da FNAC Chiado são uma boa oportunidade para descobrirmos livros que, de outra forma, poderiam não ter despertado suficiente interesse. É o caso deste Sobre o Conto de Fadas de Italo Calvino. Apesar de gostar da ficção de Italo Calvino costumo evitar os livros de não ficção mas, depois de pegar neste, e de ter lido as primeiras páginas achei-o bastante interessante para trazer: o autor começa por discorrer sobre contos de várias partes do planeta, falando da forma como migram e se transformam e adaptam ao novo lugar.

Por sua vez, O Livro das Estranhas Coisas Novas de Michel Faber será um dos grandes lançamentos de ficção científica do ano, ainda que mascarado. Na sinopse portuguesa depreende-se apenas que um homem parte para um local distante para evangelizar, mas nada  faz perceber que o local distante é um planeta distante e que os visados são alienígenas.

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Por último (mas não menos importantes) dois livros oferecidos, dois volumes da colecção de ficção científica da Europa-América que me fez conhecer Battlestar Galactica, David Brin, Joan D. Vinge, Robert Heinlein ou Philip K. Dick, entre outros. Há que apreciar as capas, principalmente a da direita.