Ainda que não seja das minhas séries favoritas da Image, é das que tem tido mais popularidade e é, sem dúvida, um grande lançamento de banda desenhada em Portugal. A série foi premiada, em 2014, com o British Comic Awards e foi nomeada para três prémios Eisner.
Na realidade apresentada nesta série, o aparecimento de deuses é cíclico e não cumpre (até onde li – segundo volume) qualquer objectivo superior. Este será um dos factos diferenciadores – ao contrário de outras obras em que seres humanos que adquirem poderes os usam para melhorar o mundo e enfrentar vilões, aqui os deuses, efémeros, agem como estrelas pop, sendo adorados por outros jovens em espectáculos que movem milhões de euros.
Deixo-vos a sinopse da editora, bem como algumas páginas do primeiro volume que já anda nas livrarias e será distribuído para as bancas em Janeiro:
Não é por seres imortal que vais viver para sempre…
A cada noventa anos, doze deuses aceitam reencarnar em forma humana. São carismáticos, amados e odiados. Arrastam multidões e levam-nas ao êxtase, falam em línguas estranhas, e os rumores afirmam que são capazes de milagres. Salvam vidas, de maneira metafórica e real. E morrem passados dois anos.
Bem-vindos ao mundo de The Wicked + The Divine, onde os deuses são estrelas pop estranhamente semelhantes às do nosso mundo, uma metáfora fascinante da juventude dos nossos dias e da glória efémera transformada em valor supremo de uma sociedade.
The Wicked + The Divine é uma das mais fascinantes séries independentes dos comics actuais, e uma das mais populares. Criada pelo escritor Kieron Gillen, que os leitores da G.Floy já puderam ler em Wolverine: Origem II (e em X-Men: O Cisma, como co-argumentista), tornou-se num fenómeno de vendas nos EUA. Gillen é secundado por Jamie McKelvie, o artista com que tem colaborado há mais de uma década, e que depois de algum trabalho em Young Avengers e The Defenders, se concentra agora nas suas próprias séries e em trabalho de design.
O Panteão é um grupo de doze pessoas que descobrem que são divindades reincarnadas, uma descoberta que lhes concede poderes sobrenaturais, bem como fama e glória, mas com uma condição dramática – terão de morrer exactamente dois anos depois, parte de um ciclo de reincarnações com noventa anos, intitulado a Recorrência. Laura, a jovem protagonista da história, fascinada pela presente reincarnação das divindades sob a forma de estrelas pop, de que se tornou uma fã absoluta, é apanhada num redemoinho de acontecimentos e mistérios, e um crime terrível que vai criar um confronto inédita entre os doze deuses. Ninguém sabe que divindades surgem em cada nova Recorrência, e nem sempre as mesmas divindades emergem, parecem existir regras complexas que podem ter importância nos acontecimentos que irão fazer de Laura uma personagem particularmente importante nesta fase da presente Recorrência…