
Tendo como princípio a forte influência do meio nas pessoas, inicia-se um projecto de remodelação em King’s Cross, Londres. Pretende-se re-desenhar uma zona pobre e de prostituição, onde permanecem os emigrantes e prolifera a criminalidade. A empresa instala-se na na área problemática, e os escritórios são constantemente assaltados, desaparecendo o material informático.
Will (papel representado por Jude Law), um dos sócios, vive com uma mulher de sonho, Liv. Mas nem por isso deixa de ter problemas familiares, começando a sentir-se cada vez mais afastado do núcleo familiar. De noite, monta guarda às instalações da empresa, procurando observar possíveis movimentações estranhas em torno do edifício, em companhia de uma prostituta com quem mantém um pouco usual relacionamento. Finalmente, detecta um jovem assaltante e persegue-o até casa. Não apresenta queixa, mas aproveita a profissão da mãe, costureira, para se aproximar.
Miro, o jovem e atlético assaltante, percorre a cidade através dos telhados, conjuntamente com o seu primo. Durante o assalto, fascina-se pelas maquetes do projecto e leva consigo dois ou três bonequinhos. Sobrevivente bósnio, é contratado e explorado por um grupo de adultos que contratam adolescentes para se intrometerem nos edifícios a saquear.
Numa cidade de contrastes, de riqueza e comodidade Vs pobreza e delinquência, pessoas de mundos diferentes aproximam-se de modo pouco usual. Apesar de não estarem sozinhos sentem a necessidade de conhecer outras pessoas, por se sentirem afastadas daquelas com as quais convivem há vários anos.
As relações urbanas não são exploradas com mestra, mas as pessoas que nos mostram estão longe de ser exemplos de perfeição, são humanas, mentem, fraquejam, reagem de modo inesperado e irracional, que nem elas próprias entendem; mas fazem o que for necessário para proteger os seus.
Longe do brilhantismo, seguindo algumas vezes pelo percurso mais provável, consegue ser um dos filmes mais cativantes das últimas sessões.