Livro pequeno, de 112 páginas, The City Beyond Play foi iniciado por Philip José Farmer (autor de To Your Scattered Bodies Go ou da Série Riverworld) e terminado pelo seu sobrinho neto, Danny Adams.
The City Beyond Play retrata uma sociedade medieval no futuro – num mundo dominado pela alta tecnologia, em que a maioria dos seres humanos habita as cidades, alguns, apaixonados pela história e pelo glamour da época, fundam Scadia, uma “colónia” na Califórnia, onde decidem viver como na Idade Média, mas com algumas comodidades actuais: limpeza, canalização e robots.
Scadia é o local perfeito para alguém se esconder. Mais especificamente, para Wilson Gore, um rico empresário, acusado de assassinato que decide escapar à sentença e à consequente exclusão social.
Num mundo onde qualquer um pode escalar até ao topo desde que se decida a tal, Wilson deseja ser rei, iniciando o seu trilho como ajudante nas cavalariças. Um golpe de sorte leva-o a enfrentar e vencer um dragão, o que o faz ganhar o estatuto de cavaleiro.
Scaria é tudo menos perfeita, parecendo caminhar para a corrupção da sua origem – entre donzelas formosas, festas e duelos, os instintos assassinos de Wilson voltam a libertar-se.
Com referências ao Rei Artur, ou a Robin Hood, o livro possui algumas passagens engraçadas, mas não mais do que isso. No final ficou-me a sensação de que a história poderia ter ido muito mais longe, tornar-se mais sólida e mais coerente – como se o fio condutor se tivesse partido a meio, e faltasse metade da história. Talvez por isso tenha passado metade da tempo a tentar perceber se se tratava tudo de um teatro ou de realidade – não cheguei a nenhuma conclusão.
Para quem tiver alguma curiosidade em ler uma parte do livro, existe um excerto disponível online.
É também de evitar o desinspirado The Unreasoning Mask, mas de ir buscar à estante ou mesmo ao fim do mundo, qualquer das seguintes 3 séries: Mundo do Rio (Riverworld), World of Tiers (pelo menos 3 deles publicados também na Argonauta), e Tempo Suspenso (Dayworld – Europa-América).
PJF foi um autor capaz do mais básico ao mais fantástico. Não sendo um autor considerado (cof-cof) literário, conseguiu momentos e obras brilhantes, podendo destacar-se pedagógicamente o conto “Sail on! Sail on!” um dos melhores textos de História Alternativa que andam por aí.
Não ficamos nada mal se tivermos umas coisinhas do Farmer na Biblioteca…:)
A série Riverworld encontra-se na prateleira à espera de uma oportunidade. Ou melhor, de um tempinho em casa, porque não queria andar com os livros no autocarro de um lado para o outro.
Do autor tinha já lido há vários anos Tempo Suspenso e Os Amantes (Europa-América).