BURN THIS BOOK.
Go on. Quickly, while there’s still time. Burn it. Don’t look at another word.
Did you hear me?

Not.

One.

More.

Word.

Este é o pedido feito, linha após linha, página após página… e que preenche as dez primeiras folhas. Quase me fez desistir do livro. Mas depois começamos a ler a história do demónio por detrás das palavras, e as razões pelas quais ele deseja que queimemos o livro.

Jakabok é um demónio menor, sem poderes nem características especiais a não ser a voz poderosa que herdou da mãe, e a cauda bifurcada que herdou do pai. A sua história familiar é tipicamente a de uma série de seres humanos: diariamente aterrorizado pelo retorno, no final do dia, do pai, que os espancava demoradamente a todos.

O medo origina o ódio e  Jakabok liberta-o nas páginas de vários diários onde descreve as torturas às quais sonha submeter o pai. Infelizmente, a mãe descobre tais textos e queima-os – não antes do pai retornar e queimar Jakabok na mesma fogueira.

Jakabok sobrevive e consegue fugir, deixando o Mundo Subterrâneo e atingindo a superfície, onde se torna conhecido por Mister B. Gone. Queimado, a sua aparência não passa despercebida entre os humanos, e neste mundo irá conhecer terrores semelhantes ou piores do que aqueles que viveu no mundo dos demónios.

Mister B. Gone é um livro pequeno e engraçado, que se torna, a meu ver, demasiado linear, ao se centrar numa só personagem: ainda que outras influenciem a sua vida, tudo se irá resumir a Jakabok. Concluindo, a história lê-se bem e recomendo a quem quiser algo leve dentro do género fantástico / horror, mas a sua leitura não é essencial.