Escritor catalão, Manuel de Pedrolo escreveu várias obras que se enquadram no género da ficção científica, de entre as quais se terá destacado A Segunda Manhã do Mundo (no original, Mecanoscrito del segundo origen). Esta obra terá sido adaptada para série televisiva em Espanha, com grande sucesso.
Publicado em Portugal pela Editorial Presença, possui uma premissa simples: e se o nosso planeta fosse alvo de um ataque alienígena que destruísse todos os seres humanos, as construções e os meios de transporte? Na realidade, a ataque devastador sobreviveram dois jovens, um rapaz e uma rapariga.
A rapariga, mais velha, logo assume a liderança e resolve afastar-se da cidade destruída, tanto por medo de um outro ataque, como por medo das derrocadas e doenças. Levando livros de medicina e mecânica, conservas, ferramentas e agasalhos, os dois arranjam um esconderijo natural para se abrigarem, reparando que, para além dos seres humanos, também os restantes mamíferos desapareceram. Como único casal de seres humanos, é óbvio que terão um dia de fazer o papel de Adão e Eva, reproduzindo-se. Até lá, têm um planeta inteiro para se divertir, redescobrindo as maravilhas da civilização de diversos locais.
A história é, na realidade, o diário da rapariga. Talvez por isso, a narrativa é bastante linear, e o tom inocente. Ainda que estas características possam ser propositadas, tendo talvez como objectivo conferir maior realismo à história, tornam-na bastante aborrecida e enfadonha. A premissa que poderia dar origem a uma história engraçada, foi fracamente desenvolvida, dando origem a uma narrativa que achei medíocre.
