O mercado continua a ser populado com diversas novidades no género fantástico, ainda que mais viradas para o público infantil ou juvenil. Este é um estilo muito em voga que parece ter ganho curtas mas fortes raízes.
A Editorial Presença tem publicado muito frequentemente dentro do género fantástico juvenil, com a sua colecção Via Láctea ou Estrela do Mar, tendo chegado a vez de A Profecia de Aurobon (The Dreamwalker’s Child em inglês) de Steven Voake:
Desde que os pais se mudaram para o campo, a única coisa que distrai Sam Palmer é o seu fascínio por insectos, mas, nos últimos tempos, estes parecem ter adoptado um comportamento estranho, como se andassem a vigiá-lo. E se Sam já achava isso suficientemente bizarro, imagine o seu espanto e terror quando, ao sofrer um acidente, acorda em Aurobon, um mundo onde é procurado por causa de uma antiga profecia que diz que ele se irá erguer contra Odoursin, um ditador cujos planos tenebrosos ameaçam a Terra… Uma aventura imaginativa, poderosa e repleta de acção que transportará o leitor para um mundo fantástico que não quererá abandonar.
A parte dos insectos parece interessante e até algo original, a ideia de uma profecia que rodeia o nosso herói é no entanto algo que está quase gasto até à exaustão. Resta saber a opinião de quem lê.
Ainda no site da Editorial Presença, podemos tomar conhecimento da data de lançamento do último livro de J. K. Rowling – Os Contos de Beedle, o Bardo, a 4 de Dezembro. Esta é uma obra há muito esperada, desde que foram lançados os 7 exemplares escritos à mão e ilustrados pela própria autora. Um destes foi adquirido pela Amazon, encontrando-se disponível uma edição de luxo especial.
Por sua vez, a Bertrand publicou recentemente Elspeth, a Senhora do Pensamento – As Crónicas de Obernewtyn (em inglês simplesmente Obernewton):
Num mundo que emerge penosamente do limiar do apocalipse, a existência é uma luta. Para Elspeth Gordie, nascida com insondáveis poderes mentais que a condenariam à esterilização ou à fogueira se fosse descoberta, a vida envolve inúmeros perigos.
Só o segredo permite a sobrevivência, por isso ela decide nunca recorrer aos seus dons proibidos. Estes parecem, contudo, ter um desígnio próprio e, ao usá-los, Elspeth atrai inevitavelmente as atenções do Conselho totalitário que governa a terra.
Enviada para a longínqua instituição de Obernewtyn, de onde ainda ninguém conseguiu fugir, Elspeth terá de despir o seu manto de segredos e enfrentar aqueles que desejam ressuscitar as terríveis forças na origem do apocalipse.
Só então Elspeth descobre verdadeiramente quem é — e o que é.
Um estilo em vouga é um estilo que faz descidas de rio? 🙂
Pois é, o mercado parece que se anda a especializar nos one-shot. Acabou-se a tirania das colecções, dos números em falta na prateleira…
Isso mesmo! pegas num barco, num remo e la vais tu! (corrigido ! lol)
Ao menos não fica a publicação do segundo volume à espera que o primeiro venda o suficiente. Se alguma vez vender.
É muito verdade que o fantástico tem tido muito foco nos últimos anos. O que é bom por um lado, mas mau pelo facto de sair muita porcaria (desculpem o termo) no meio de alguns bons títulos, que acabam por se perder no meio de tal salada.
O primeiro livro que referiste, e tirando a parte dos insectos, não me interessa em absoluto. Posso até estar enganada, e por isso é que costumo sempre ler um pouco do 1º capítulo antes de me decidir, mas a história parece muito banal. Profecias? Mundo em perigo e só o pode salvar? Não me cheira a inovação.
Quanto ao segundo livro que apresentaste, já parece ter algo mais apetecível. Mas como em tudo, ter uma boa história não é sinónimo de bom livro. No entanto despertou-me mais a atenção.
Concordo. As editoras viram uma aberta no mercado, e atiraram-se de unhas e dentes lançando tudo o que possa encaixar no género. O primeiro tem uma premissa que me parece engraçada, mas como disse, a ideia de mundo em perigo que pode ser salvo por um herói descrito numa profecia é tudo menos inovador. Como estes houve muitos mais que foram publicados nos últimos tempos, mas foram estes que ainda assim me pareceram os mais interessantes.
Eu penso que criar histórias é muito fácil, criar histórias fantásticas também o são, agora, criar histórias fantásticas que tragam alguma inovação está ficando cada vez mais complicado. São tantas bruxas, fadas, gnomos, duendes, elfos, pelos livros infantis atualmente que pensar numa idéia inovadora para entreter a mente criativa das crianças é um trabalho para poucos.
Penso que as criaças precisam sim deste transporte para o mundo da fantasia, do fantástico, um mundo onde eles podem voar com pó de pirilim pim pim ( Peter Pan) e podem transformar uma coisa em outra com uma varinha mágica (Harry Potter), acho que as crianças precisam ter a imaginação instigada mesmo, por que a infancia tem que ser mesmo um momento mágico, por que depois se cresce e tudo muda, acaba a fantasia e sobra só a dura realidade. É o momento de sonhar. A única coisa que me preocupa nessa moda de livros e filmes fantástico para crianças é com seu conteúdo, sua mensagem, é o que ele quer passar para a criança…como ele vai fazer a diferença, como ajudará a criança a descobrir algo de útil para a vida dela.
Hum… ai está, a fantasia não é só para crianças, também existe muita literatura fantástica para graúdos (ou não fossem os adultos capazes de imaginar e não teríamos invenções)
O que me tem parecido nalguns casos é que se a obra não revela nada de novo nem tem grande qualidade literária é chutada para o juvenil fantástico por ser um género que actualmente vende. 🙂
Cumprimentos