M. John Harrison é o autor da série Viriconium, assim como do premiado Nova Swing. Do autor tinha lido apenas Viriconium, uma edição da colecção FantasyMasterworks (pela Gollancz), que reúne três novelas e vários contos que decorrem em Viriconium, uma cidade fantástica.

Nesta série o ambiente é um misto de medieval bárbaro com erudição guerreira, em que a alta tecnologia existente é quase considerada magia. A narrativa é pausada, por vezes pesada, mas a história vai prosseguindo com toques míticos e fantásticos que dão ímpeto ao leitor.

Em Centauri Device, a narrativa também é, por vezes, densa, mas sem os toques que transformaram Viriconium num bom livro.

A personagem principal, John Truck, é o comandante de uma pequena nave que viaja sob contratos precários, e vê-se enrolado numa densa luta de interesses aquando do descobrimento do engenho ceutariano. John Truck é o último dos Centaurianos, uma raça humanóide, desaparecida e absorvida pela espécie humana, e o único que poderá controlar o engenho ceutauriano, uma arma poderosa cujas capacidades não são completamente previstas. Várias facções se interessam pela arma e esperam conseguir a colaboração de John Truck, através de promessas de riqueza ou de coação.

John Truck vê-se empurrado para o centro de uma guerra, obrigado a fugir e a procurar esconderijo. Em Terra possui uma companheira, alguém com quem não consegue viver mais do que algumas semanas de cada vez. Na nave, possui escassos companheiros, onde se destaca o piloto, Fix.

A história alonga-se, sempre em torno de Truck, uma personagem apática que parece deambular sem grande vontade própria, manipulado por todas as facções que desejam o engenho centauriano. Talvez essa apatia seja a herança de uma raça que se deixou extinguir facilmente.

Terminada a leitura, não simpatizei com o livro – achei-o, até, bastante medíocre. A história centra-se demasiado numa personagem pouco atractiva que parece arrastada de cena em cena; e os acontecimentos sucedem-se sem grande lógica.

Este foi a primeira leitura realizada no âmbito d’O Círculo de Leibowtiz, e conjuntamente com este post são realizadas críticas nos seguintes blogs:

Blade Runner (João Seixas)

Stranger in a Strange Land (Safaa Dib)

Inner Space (Nuno Fonseca)

– Efeitos Secundários (Luís Filipe Silva)