Anjos Pistoleiros é o terceiro livro de Paul McAuley que tenho oportunidade de ler. O primeiro foi um livro de história alternativa, A Invenção de Leonardo, publicado pela Saída de Emergência, o segundo, Fairyland, um livro de ficção científica impregnada com conceitos biológicos e moleculares. Diferente de ambos, Anjos Pistoleiros, publicado também pela Saída de Emergência, este mês, centra-se mais em conceitos de física para desenvolver a história.

No Universo, designado em Anjos Pistoleiros por real, a ordem diferente dos acontecimentos possibilitou o desenvolvimento de Portais de Turing, portas para outros Universos, onde encontram mundos devastados por bombas nucleares, Américas comunistas ou ainda selvagens, sem seres humanos. Aproveitando estes portais, o Real invade alguns Universos escolhidos com o objectivo de libertar as populações americanas, fazendo-as seguir o caminho que julgam perfeito.

Adam é um anjo pistoleiro reformado, um dos agentes que se infiltrava nesses mundos e o estudava, levando a cabo, por vezes, missões extremamente violentas. Depois de um processo de auditoria onde revelou os detalhes das missões onde esteve envolvido, foi-lhe dada a possibilidade de escolher um mundo sem seres humanos para o colonizar. É aqui que se encontra quando a Companhia, a organização para a qual trabalhava antes, o contacta a fim de os ajudar a encontrar Tom, um colega e amigo que o terá salvo numa importante missão.

Tom terá morto várias versões de uma cientista matemática em vários mundos, e encontra-se agora encurralado e perseguido numa dessas Américas Alternativas. Adam procura-o conjuntamente com a filha, que trabalha também para a Companhia, numa missão que se revela tudo menos pacífica.

Decorrendo numa realidade alternativa, Anjos Pistoleiros é um thriller movimentado que se centra em organizações de agentes secretos e em teorias da conspiração, onde todos são peões desconhecendo os propósitos pelos quais se deslocam.

A acção é uma constante, ainda que haja espaço para a explicação teórica e para conhecermos as personagens. Explica-se não só a base para fundamentar a construção dos Portais de Turing, como o aparecimento dos vários mundos alternativos, e os acontecimentos históricos que terão levado às diferenças entre os diferentes mundos. Com imensas cenas de luta corpo a corpo e tiroteios rápidos, movimentado e sangrento serão os melhores descritivos para Anjos Pistoleiros.