Lightspeed Agosto 2012

O conto de Michael Swanwick acompanha uma expedição a Titã, um sítio frio onde as transferências de energia seriam tão lentas, que uma rápida reacção química poderia durar milénios. Por esta mesma razão a expedição não espera encontrar vida no planeta, restando apenas possibilidades nas zonas mais fundas.Por essa razão os fundos são alvo de maior exploração.

Entretanto, um dos membros da expedição vê-se isolado e em perigo de vida, mas nos rápidos minutos em que vai adormecendo estabelece contacto com uma massiva inteligência consciente e telepática. Uma inteligência tão distinta da nossa que vê reformulada todas as noções que conhece ao contactar com a mulher humana.

A premissa julgo, não é nova, mas o que falhou, a meu ver, foi a execução. A história centra-se sobretudo na comunicação que a mulher vai estabelecendo enquanto adormece, e na forma como a inteligência alienígena remodela a sua realidade. Falha a empatia para com as personagens – o momento em que as poderíamos conhecer resume-se a uma curta entrevista por jornalistas na Terra que os enchem de perguntas idiotas.

Por seu lado, para um planeta tão lento, a velocidade com que a inteligência massiva e a mulher estabelecem relacionamento parece-me inverosímil, instigando o meu distanciamento crítico e diminuindo, ainda mais, o envolvimento na história. Uma história que ficou entre o irritante e o esquecível, algo que não esperava do autor de The Iron Dragon’s Daughter.

Comentários a outras histórias da mesma revista e edição:

A Separate War – Joe Haldeman
The Bookmaking Habits of Select Species – Ken Liu
Love Might Be Too Strong a Word – Charlie Jane Anders
Flash Bang Remember – Tina Connolly & Caroline Yoachim