Ysabel, de Guy Gavriel Kay foi uma das obras vencedoras do World Fantasy Award de 2008. Do autor apenas tinha lido The Last Light of the Sun, apesar de já cá ter Tigana à espera. Entre as suas obras mais famosas encontram-se The Fionavar Tapestry (publicado em Portugal como A Tapeçaria de Fionavar pela Editora Livros do Brasil) ou The Lions of Al-Rassan (publicado recentemente em Portugal pela Saída de Emergência).

Ysabel decorre na região francesa de Provença, centrando-se em Ned, um rapaz canadiano que acompanha o pai, notável fotógrafo, numa das suas sessões. Da equipa de trabalho fazem parte Greg, Steve e Melanie, esta última conhecida pela organização obsessiva, que chega ao ponto de programar os passeios turísticos de todos os elementos do grupo.

Aproveitando uma sessão na Catedral de Saint-Sauveur Ned explora, sozinho, o interior da igreja e conhece aí uma jovem americana, Kate. Supostamente, todas as entradas estariam fechadas, mas ainda assim encontram uma terceira pessoa no interior da Catedral: um homem soturno e perigoso, que parece escavar algo.

O que parecia ter sido apenas um encontro estranho, parece ter outras consequências: Ned descobre que possui uma estranha sensibilidade à presença de algumas pessoas; aquando de um passeio às montanhas adoece quando se aproxima do local onde foram chacinados milhares de celtas pelos romanos; e num final de tarde, em que re-encontra o estranho homem, é atacado por cães ferozes.

Estas são as pistas para algo maior: uma luta entre dois homens que dura há milénios, por uma mulher implacável que retorna à vida na noite de Baltane, ocupando o corpo de uma jovem, na presença de um feiticeiro e de um sacrifício animal.

A história, passada na actualidade, pode ser enquadrada dentro do género urbano e caracterizada como juvenil: Ned tem quinze anos e está na mudança de idade, Kate é uma geek de humor cortante, e o grupo de trabalho do pai comporta-se com uma juvenilidade despreocupada entre piadas e partidas.

Ainda que seja uma história engraçada, bem escrita e com pormenores interessantes, não é nada de especial: simples, pouco detalhada, com alguns acontecimentos forçados – esperava melhor do autor de um dos melhores livros do género Fantástico que tive oportunidade de ler. Ysabel revelou-se uma leitura leve, sem grande profundidade, mais apropriada a adolescentes.