Este volume, lançado pela D. Quixote, apresenta vários textos de Bruno Nogueira que foram escritos para a revista Sábado, iniciando-se com um prefácio de Miguel Esteves Cardoso. Cada texto é acompanhado por ilustrações de Juan Cavia (conhecido na banda desenhada pela parceria com Filipe Melo em vários livros).
Os vários textos de Bruno Nogueira são de tamanho bastante semelhante, ocupando quase sempre duas páginas e meia. Ainda que o autor seja comediante, os textos possuem pouco de comédia, sendo antes dissertações do autor sobre os mais diversos temas, com algumas análises inteligentes e algumas introspecções mais pessoais.
Cada texto pega num assunto, por vezes banal, para desenvolver uma ideia dentro do espaço contido. Aqui, os textos de Bruno Nogueira são equilibrados, não se deixando perder em deambulações sem mim nem rumo. O espaço é limitado e cada ideia ocupa o seu espaço, sem repetições entre os textos ou lugares comuns repetitivos.



O autor fala de memórias e do cheiro da casa de família, das amizades (temporárias, banais, quase eternas), dos casos de pedofilia associados à Igreja Católica, do dinheiro gasto na vinda do Papa, ou da exposição das crianças nas redes sociais. Os assuntos são diversos, oscilando entre considerações a assuntos públicos ou a temas mais íntimos.
O resultado é fluído, com pequenos textos que dizem o essencial mas sem se alongarem excessivamente, acompanhados pelas belíssimas ilustrações de Juan Cavia. É um livro curioso que apresenta um tom diferente do que esperava, mas que tem alguns pensamentos interessantes de Bruno Nogueira.