Em Portugal terá sido criada uma rede de bibliotecas para promover a leitura junto das diversas populações. Neste seguimento, o autor desloca-se a várias bibliotecas ao longo do país, descrevendo a sua percepção do espaço e recolhendo testemunhos, quer de locais, quer dos funcionários. Cada uma das bibliotecas apresentada parece única, por vezes transformadas naquilo que a população local necessita enquanto espaço, e não tanto enquanto biblioteca.
Em cada visita, o autor fala da localização do edifício, das condições do próprio edifício, desloca-se pelas várias salas e escolhe o melhor local para ler. Não se fica por mero observador e interage com quem visita o local e com quem lá trabalha.



Existem as mais diversas bibliotecas. Algumas servem de apoio aos locais, quer no acesso à cultura quer como espaço para estudo e lazer, algumas facilitam actividades que visam estimular a leitura. Nalgumas os livros são quase acessórios, ou, pior ainda, uma espécie de componente estética e inacessível. Alguns edifícios encontram-se inseridos no interior das localidades e funcionam para a comunidade. Outras são geograficamente distantes e psicologicamente inacessíveis.
Algumas bibliotecas encontram-se em locais privilegiados, seja por estarem em edifícios históricos (mas por vezes limitados na capacidade de adaptação), seja por estarem em belíssimos edifícios construídos para o efeito. Algumas são funcionais e flexíveis. Outras ficaram estáticas no tempo, rígidas nas instalações e na sua utilização, afastando-se da população. Acho que das descritas, neste sentido, a prior é uma em que parte dos livros são visíveis, mas completamente inacessíveis, quer a visitantes, quer a funcionários.



Felizmente, há várias bibliotecas que servem a população, quer no intuito de fornecer, gratuitamente, livros, quer na organização de actividades, algumas relacionadas, outras nem tanto, com o intuito de se aproximarem da população e levarem os locais ao espaço dos livros.
Destacam-se os vários exemplos positivos, mostrando que o projecto tem efeito benéfico, mas também que faltam recursos para fazer mais e melhor, alavancando as possibilidades já existentes para chegar a novos patamares de utilidade. Há, sem dúvida, muito por fazer, mas há, também, que elogiar quem já muito faz com os escassos recursos de que dispõe.


