Embora não muito recente, mas ainda deste ano, Coisa Ruim foi um filme portugues que me surpreendeu pela positiva. Após o abdominável Crime do Padre Amaro, tentei manter-me afastada do restante cinema nacional. No entanto, foi com alguma curiosidade que fui ver este filme, devido às referências positivas que escutei.

Normalmente o género “Terror” é caracterizado por cenas típicas do género “rapariga assustada foge, foge e é sempre apanhada” ou “tanto local para me esconder, e vou para o unico beco que existe”. Ou então, assiste-se a cruas cenas chocantes que pretendem impressionar o expectador, e atingem o ponto do ridículo. Resultado – as cenas pouco suspense ou expectativa provocam por serem tão previsíveis. Por estas razões é por mim um género evitado.

Não esperem uma padronização semelhante n’a “Coisa Ruim”, um filme que reflecte a boa gente das beiras, com superstições, mezinhas e muito fervor católico. Mas, e se as superstições tiverem um fundamento? E se uma família lisboeta, que se considera civilizada, começa a ter razões para deixar as limitativas barreiras da racionalidade?  Histórias, lendas, realidades escondidas numa aldeia – porque por detrás da vida pacata escondem-se sempre tenebrosos e macabros segredos. Mas, como gente habituada a saber a vida dos vizinhos (porque as paredes são finas) cada um se deixa ficar na sua vida.

Deixando para trás os clássicos, Coisa Ruim encontra-se entre os melhores filmes portugueses que vi, senão o melhor até ao momento, ultrapassando até muitos internacionais filmes de suspense.