Nascido em 1920 na Checolosváquia, Milan Kundera era filho de um pianista e musicologista da classe média. Tendo também estudado musicologia, nota-se a influência destes estudos no seu trabalho. Também iniciou estudos de literatura mas passou para filmes. Impedido de continuar os estudos por razões políticas, e expulso do Partido Comunista, dedica-se à literatura. Apesar das primeiras obras terem sido escritas em Checo, adoptou o francês quando se mudou para Paris em 1975.
O Livro
Teresa bate à porta de Tomas de malas e bagagens… ou melhor dizendo com uma única e pesadíssima mala. Partiu em busca de Tomas, um mulherengo que havia terminado recentemente uma tumultuosa relação com a ex-mulher, que a acolhe. Assim se inicia a historia que ao longo do livro vai sendo recontada pelas diversas pessoas nela envolvida. Com cada versão a história muda totalmente. Em segundo plano vamos sendo introduzidos num clima de perseguições políticas e de opressão russo-comunista.
Existem vários níveis na história – a história, o contexto, a reflexão da personagem e a reflexão externa como de um observador. A simbologia surge como um outro modo de expressar sentimentos ou pensamentos, mas sem uma pesada carga filosófica, sem uma extenuante análise frásica até aos significados últimos.
A reflexão existe, mas não para limitar os nossos pensamentos ou juizos de valor, mas para abrir novos horizontes e proporcionar novas maneiras de pensar.
De realçar o modo como ao longo do livro nos damos conta do diferente significado de uma mesma coisa para diferentes pessoas.
Existe amor e traição, mas sem a tragicidade de romance ou peça de teatro. Existe destino, definido não por grandes acontecimentos, mas por estranhas coincidências.
É um romance que não pretende contar uma grande história de amor, mas fazer-nos reflectir sobre o mundo e os acasos da vida – encontra-se no meu TOP10… 🙂
Amei o livro. Creio tê-lo lido em 2005. Escrevi sobre ele aqui.
Acabo de ler A Lentidão, também de Kundera. Não tão bom, mas merecedor do tempo que lhe entreguei.
Perdão pelo lapso no link. Linkei o Google, sem saber como nem porquê. Escrevi sobre o livro aqui. Aqui sim. 🙂
Eu também li A Insustentável Leveza do Ser em 2005 (senão estaria com certeza na listagem de melhores do ano 2006).
A data é que não corresponde pois o texto foi escrito para o anterior blog.
LOL na boa, já passo por lá. 🙂