De origem austríaca, Marie Antoinette casou com o herdeiro do trono de França para fortalecer uma aliança entre os dois países. Conhecida pelo seu modo de vida excessivo e exuberante, Marie Antoinette tornou-se célebre pela morte na guilhotina aquando da Revolução Francesa; assim como pela resposta “brioches” quando questionada sobre o que comeria o povo, terminado o pão.

Mas é essencialmente da vida protegida e alienada que este filme retrata, em que se poderá estabelecer um paralelismo entre a falta de senso da rainha com a de algumas pessoas da actualidade. Uma crítica social? Provavelmente. Se anteriormente eram os nobres os detentores de tal riqueza, ostentação e exuberância, por agora as semelhanças abundam com personagens mediáticas.

O filme não se restringe à ostentação da rainha, pairando sobre o seu estranho relacionamento com o rei – dois jovens desajeitados que não se acertam; deixando descair uma mirada sobre outras ligações sentimentais; e inclinando-se satiricamente sobre os pormenores da rotina diária que se alongam eternamente no protocolo francês complicado e ridículo.

O resultado, embora interessante, consegue deixar no espectador a sensação de se alongar demasiado – o que não é o caso, o filme tem a duração normal. A paisagem é um dos pontos fortes, a cenas são interessantes – mas o total não me agradou completamente. Diria que falta algo, embora não consiga descortinar o quê.

Pequena nota – a meio é visível um actual par de ténis – esquecido ou propositado? não sei. A imagem é demasiado rápida e nem todos conseguem dar por ela.