Neste livro de Kosinski, a personagem principal é um jardineiro de nome Chance, que nada tem na cabeça. Incapaz de ter opiniões próprias, simplesmente não pensa, limitando-se a imitar os comportamentos que observa na televisão. Desde que se recorda, viveu cuidando do jardim, que faz parte do prédio onde o velho o acolheu em pequeno. Documentos de identificação não possui, e apelido que saiba, também não.

Um dia o seu benfeitor morre, e vê-se obrigado pelos advogados a deixar o único local que conhece. Consigo leva alguns items de boa qualidade e vagueando sem destino, é atropelado por uma limusina, onde ia a esposa de um bem sucedido homem de negócios. Dada a boa aparência de Chance, é levado para casa do empresário para ser analisado pelo médico e por lá acaba por ficar. A sua mente vazia impressiona os que o rodeiam, pensando tratar-se de uma pessoa estável, sábia, madura e inteligente – acaba assim por ganhar a confiança de todos e vai-se tornando uma figura proeminente.

Como sempre não posso deixar de fazer algum paralelismo com o outro livro do mesmo autor, Pássaro Pintado. O cenário é totalmente diferente, e embora Pássaro Pintado fosse algo chocante pelo mundo que rodeava uma inocente criança, aqui, a premissa simples toma dimensõs assustadoras pelos juízos de valor positivos que se fazem em torno do vácuo arrepiante que é a mente de Chance.

Gostei, achei piada, mas não se tornou num dos meus favoritos.