Terry Pratchett é mundialmente conhecido pela série fantástica Discworld, na qual já escreveu quase 40 volumes. Caracterizada por um humor absurdo com pitadas de crítica social e científica, a série Discworld é uma referência leve no género, que, sem ser extraordinária, costuma agradar a todas as idades. Fora desta série o autor escreveu poucos livros, como Good Omens, conjuntamente com Neil Gaiman.
Nação, publicado em Portugal recentemente pela Saída de Emergência, não pertence à série Discworld e decorre no século XIX de um Universo Alternativo numas ilhas do Oceno Pacífico, onde algumas tribos vivem pacificamente. Mau é um rapaz que finalmente tem a oportunidade de se tornar um homem. A cerimónia consiste em permanecer uma semana isolado numa outra ilha, onde terá de construir uma canoa para regressar à sua aldeia, onde todos os esperarão com fogueiras acesas, para celebrar.
Antes que Mau possa retornar à aldeia, um tsunami varre as ilhas matando todos os aldeões. Quando Mau chega, a aldeia está destruída e ao invés de uma festa, encontra os restos das casas e os corpos dos que conheceu. Mas a onda gigante não trouxe apenas destruição, mas também uma nau, a bordo da qual sobreviveu uma rapariga, Ermintrude. Educada na corte e habituada a um sem fim de cerimónias, a rapariga estranha os modos de Mau. Como únicos seres humanos na ilha, logo começam a cooperar para arranjar comida. As fogueiras que acendem chamam outros sobreviventes e, sob orientação de Mau e Ermintrude, começa a formar-se uma nova aldeia, onde os costumes se reformulam e adaptam.
Decorrendo numa realidade alternativa, é uma história juvenil improvável em qualquer universo. Alternando entre o tom sério e cómico, o autor parece nunca se decidir por nenhum dos dois. As personagens são interessantes e têm bons momentos, mas nem sempre são exploradas o suficiente para se tornarem tridimensionais. O final é desfasado do restante, deixando-me indecisa em relação ao objectivo do autor em relação a este livro. Quando terminei, ficou a sensação de umas páginas bem passadas, onde a história poderia ter sido mais trabalhada para se tornar mais interessante.