Publicado pela primeira vez na The Magazine of Fantasy and Science Fiction, este conto foi nomeado para o prémio Hugo e venceu o Theodore Sturgeon. A história decorre na mesma realidade que The Windup Girl, uma realidade no futuro onde as reservas de petróleo se esgotaram e o aumento da temperatura mundial originou uma catástrofe ecológica – a drástica subida do nível dos mares provocou o desaparecimento da maioria das plantas e animais.
De muitos seres vivos restam apenas os materiais genéticos, controlados por grandes empresas – as colheitas são controladas pelos detentores das patentes (como a actual Monsanto?) que vendem sementes incapazes de gerar plantas férteis, pelo que, todos os anos, os agricultores têm de comprar novas sementes. Sem combustíveis derivados do petróleo, a energia é produzida por animais construídos apenas para esse efeito, que geram mecanismos semelhantes a bicicletas, e é armazenada e comercializa em molas comprimidas.
Neste universo um dos Calorie Man (homens responsáveis por manipular geneticamente os seres vivos e produzir alternativas viáveis para alimentação ou para trabalhos esforçados) encontra-se em fuga da sua companhia e Shriram, um abastado homem de negócios dispõe-se a ajudá-lo tendo em vista um elevado retorno financeiro. Para tal, aluga um pequeno barco que pensa conseguir passar entre as malhas dos grupos de homens armados que controlam as margens, e procura o fugitivo.
O ambiente descrito é pesado, sem lugar para simpatias ou caridade, um lugar de manhas e negociações difíceis. A energia é o bem mais valioso, mas, neste mundo transfigurado pela escassez e dominado por pequenos exércitos, persiste a utopia de libertação das grandes empresas. Esta é uma história forte e coesa, com lugar para acções pausadas e cuidadosas, como que expectantes por reviravoltas violentas.
Esta história encontra-se disponível gratuitamente, conjuntamente com outras do autor – a listagem e respectivos links encontram-se publicados aqui.
