the word for world is forest

Verdes, baixos e pacíficos – assim são os seres humanos que habitam Nova Tahiti, o novo planeta a ser explorado pelos humanos terrestres numa expedição semi-militar. Agressivamente, a expedição terrestre inicia uma extensa exploração do solo destruindo rapidamente uma parte da floresta, com o intuito de enviar para a Terra a preciosa madeira.

Tida como pacífica, a população local é deslocalizada das suas aldeias e utilizada como mão de obra escrava, tanto para o trabalho mais pesado, como para serviços sexuais. De mentes mais simples, são considerados por muitos como animais, a usar como se pretender – excepto por um homem que tenta descobrir os seus costumes e mentalidade, Raj Lyubov.

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Mas poucos são como Raj. Davidson, um militar de elevada patente vê aqueles seres humanos com superioridade e repugnância, não se abstendo de matar uma mulher local depois de a usar sexualmente, em frente ao marido, Selver. Se até agora a espécie era pacífica, com este episódio o marido inicia o primeiro episódio violento da sua raça, investindo contra Davidson.

A história vai alternando principalmente entre os pontos de vista de Davidson e Selver, mostrando o pensamento asqueroso e paranóico do primeiro, e a mudança de mentalidade do segundo que se torna uma espécie de Deus para o seu povo, que lidera contra os invasores com o intuito de proteger a sua raça e o seu planeta.

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Pertencente ao mesmo ciclo que The Dispossessed e The Left Hand of Darkness é, como as restantes obras deste ciclo, uma história autónoma que lida com questões humanas e sociais, num contexto diferente do que conhecemos – neste caso com a desumanização psicológica de um grupo de seres humanos que pretende justificar, não só os maus tratos, como a escravidão e o racismo – entre os argumentos encontram-se a simplicidade mental e a pele grossa insensível dos nativos.

Apesar de ser uma leitura interessante, não é tão cativante quanto os dois referidos livros do ciclo, tornando-se numa história que se parece preocupar mais com o objectivo moral do que necessariamente com as personagens. É, assim, menos encantador e envolvente, descrevendo uma sociedade que poderia ter sido mais explorada.