
Depois de ler o volume duplo publicado em Portugal pela Arcádia, fiquei curiosa em conhecer a história de alguns dos restantes órfãos que se interligam com esta. Não havendo em português… bem… vamos lá experimentar em francês.
O terceiro volume acompanha o irmão de Jim, Joey, e Lisa, a órfã mais velha que costumava cuidar dos mais pequenos. Ambos foram adoptados numa terríola onde a lei é controlada pelos mais fortes e mais ricos. Não é, assim de estranhar que Joey seja retirado da família mexicana que o acolheu para ajudar um homem branco, bêbado. Por sua vez, o destino de Lisa parece ser um rápido noivado com um brutamontes.

Percebendo que o destino que os aguarda não é muito simpático, fogem ambos. Joey com o objectivo de encontrar o irmão mais velho e mais astuto, e Lisa que pretende apenas passar despercebida e conseguir sobreviver.
Paralelamente vamos seguindo ambos, enquanto velhotes, ainda amigos inseparáveis, mas velhos rabugentos, uma dupla caricata que tem por base a confiança e o companheirismo.

Mais centrado no destino incerto que os órfãos enfrentavam nas suas novas famílias de acolhimento, O Comboio dos órfãos destaca-se sobretudo pela forma envolvente como nos dá a conhecer as personagens, conseguindo espelhar, em poucas páginas, personalidades e relacionamentos.
Paralelamente apresenta pequenos episódios onde se destaca a xenofobia, a perceção da criança como um adulto em pequeno tamanho (típica da época), a fragilidade da condição de criança quando não existem protectores. É o mundo do “salve-se quem puder” mais aceite há umas décadas e, por isso, sem filtros que escondam a pobreza e a miséria.
O comboio dos órfãos é composto por seis volumes que constituem três ciclos. Em cada ciclo é apresentando o destino entrelaçado de dois órfãos. Este é o terceiro, não publicado em português.