A nível de descobertas literárias , este deve ter sido um dos meus melhores anos – não só por ter lido grandes obras de autores já meus conhecidos ou alguns bons clássicos, como por ter encontrado novos autores excepcionais.

Dentro destes últimos destacaria o Kafka On The Shore de Haruki Murakami, um livro que pode ser considerado dentro do género fantástico. Gostei, não só a da história, como da forma como estava contada tornando-se numa das obras predilectas. Espero agora ler os restantes e não me deparar com uma forma de criação literária.

Clássicos como Dr. Jekyll and Mr. Hyde (Stevenson), Dracula (Bram Stoker), ou 1984 (George Orwell) dispensam apresentações e consegui lê-los este ano. Faltam ainda grandes livros de Ficção Científica ou de Horror, mas há-de chegar a sua vez.

Pássaro Pintado de Jerzy Kosinski é outro grande livro que até recentemente a existência me era desconhecida. Adquirido em versão portuguesa ilustrada, é considerado por muitos uma das mais importantes obras ficcionais sobre a Segunda Gerra Mundial.

Em obras ficcionais mais recentes, lidas este ano, destacaram-se sem dúvida, The Last Light of the Sun (Guy Gavril Kay) e Iron Council (China Miéville). O primeiro destaca-se do género da fantasia de ambiente medieval pela qualidade de narração e pelo modo como o autor nos expõe o enredo. Diria até que é o modo como é contada a história que a torna memorável. Com o segundo livro, Iron COuncil, mantive uma relação de amor-ódio durante a história – estranho até à medula, característica da qual o autor parece orgulhar-se das suas obras, despertou-me vários sentimentos contraditórios.

Entre as novidades deste ano, encontra-se City of Saints and Madmen de Jeff Vandermeer. O livro é constituído por um conjunto de contos passados num mundo próprio e original, que formam um agrupamento mais coeso do que é expectável no início da leitura. Adorei alguns contos, outros achei-os neutros, não me despertaram grande interesse. Outros começam de forma atraente mas pareceram-me explorados demasiado exaustivamente. Por essa razão, ainda não sei se devo enquadrar este livro entre os melhores do ano…

Em Ficção Científica, peguei no tão falado Never Let Me Go de Kazuo Ishiguro. Uma boa surpresa apesar de me terem contado o final antes de lhe pegar. A nível nacional, dentro do mesmo género, Disney no Ceú entre os dumbos destaca-se – gostei não só da esrita, como das analogias.

Entre o género da ficção histórica, muito descurada por mim, destacaria O Médico de Córdova de Herbert Le Porrier e as obras de Amin Maalouf. Deste último consegui ler O Périplo de Baldassare, Escalas do Levante e Samarcanda, pensando em ler nos próximos meses os restantes.

Vergonhosamente admito que só recentemente li de Luis Sepúlveda o famoso O Velho que Lia Romances de Amor, um livro sem dúvida para recordar.

E aqui fica um apanhado do melhor que 2006 me trouxe em livros, de entre os vários que me passaram pelas mãos. A meu ver, claro.