
Li um único livro de Alberto Manguel (ainda, que os restantes aguardam a sua vez), A Biblioteca à noite, onde o autor discorre sobre a sua imensa biblioteca que se encontra num local privilegiado, um antigo presbitério em França, que adquirirá especial ambiente à noite. A partir da sua o autor fala sobre as bibliotecas, as mais conhecidas e as mais antigas, mostrando como a ordenação e conteúdo de cada uma é própria do seu dono ou objectivo.
Numa altura em que estou a empacotar a minha própria biblioteca (mas a minha irá renascer noutro local) é lançado novo livro de Manguel, sobre a morte da sua – o empacotamento dos livros e as memórias que tal acto desperta:
O comovente obituário de uma biblioteca. Prémio Formentor 2017 A melancólica operação de encaixotar os seus 35 mil livros, que habitavam num antigo presbitério em França, inspira uma das obras mais pessoais de Alberto Manguel. Edição simultânea em Portugal, EUA e Inglaterra. Em 1931, Walter Benjamin escreveu um pequeno ensaio sobre a experiência de desencaixotar a sua biblioteca, aí reflectindo sobre a relação com os seus livros. Décadas mais tarde, Alberto Manguel, escritor, editor, tradutor e um dos maiores bibliófilos do mundo, decide glosar a operação inversa. No início do século, Manguel instalou a sua imensa biblioteca pessoal num antigo presbitério do Vale do Loire, e sentiu que encontrara uma casa para si e para os seus livros. Mas essa morada acabou por não ser permanente, e os milhares de livros de Manguel estão hoje guardados em caixotes, num depósito no Canadá. “Embalando a Minha Biblioteca”: Uma elegia e dez divagações conta esta história, e constitui quase um manifesto diante da ameaça de esquecimento que cai agora sobre as estantes vazias de Alberto Manguel. Aqui se evoca e se reivindica a biblioteca que continua a existir na mente do leitor, o poder da palavra e os jogos de associações e memórias que os livros, mesmo encaixotados, desencadeiam. Segundo Manguel, uma biblioteca é uma autobiografia com muitas camadas, e “Embalando a Minha Biblioteca”, ao mesmo tempo que evoca um imenso caudal de memórias pessoais, é acima de tudo uma exaltação do livro como só este escritor sabe fazer.