Em Um Diário de Leituras, o autor vai explorando treze leituras realizadas em treze meses diferentes, cruzando os momentos em que estava a ler os livros, com breves notações sobre os livros propriamente ditos.

Porquê treze? Bem, a última leitura (acrescentada 18 anos depois das restantes) é Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett. Julgo que será resultado da mudança do autor para Lisboa, e da consequente exploração de alguns autores portugueses, fazendo sentido este acrescento para a edição portuguesa.

Começando em Junho de 2002, o autor refere um livro diferente, associando-o a um mês. Não faz uma análise ou interpretação, antes refere alguns factos sobre o livro ou momentos anteriores da sua vida em que já tenha lido o livro. Destaca-se a elevada quantidade de obras associadas à ficção especulativa, desde A Invenção de Morel, passando por A Ilha de Dr. Moreau ou O Vento dos Salgueiros.

Pelo meio referem-se outros livros, interligam-se autores e fala-se um pouco de tudo. O texto não apresenta uma coesão, mas um apanhado meio solto de pensamentos, memórias e anotações. É um fusão solta e relaxada e, talvez por isso, não me cativou por completo, apesar dos excelentes momentos que consegue proporcionar quando se debruça sobre algumas obras.

A edição, da Tinta da China apresenta a capa mole em cartão amarelado, como é comum a outros livros do autor. O interior apresenta algumas fotos ilustrativas, mas é composto sobretudo por texto, onde as entradas vão dizendo respeito aos dias em que determinado livro foi lido.