
Eis mais uma série da Image que sigo com curioso e que já pretendia adquirir há algum tempo. O primeiro TBP foi lançado em Setembro e rapidamente veio cá parar a casa. O que encontrei é uma história centrada em animais, mas que se aproxima bastante das histórias apocalípticas com humanos.
Feral centra-se num grupo de animais domésticos que é retirado à força das suas casas e famílias por um grupo de homens. A história começa nos apresentar este grupo de animais numa carrinha de transporte. Mas quando esta carrinha sofre uma acidente numa estrada perto da floresta, rapidamente se vêem libertos.



O que poderia ser o início de uma feliz viagem de regresso a casa torna-se um pesadelo, pois existe um surto de raiva entre os animais da região. Claro que inicialmente o grupo não percebe o que se passa, mas depois de encontrar alguns animais de comportamento raivoso e de verem alguns contaminados se transformarem, percebem que os restantes animais não são seguros.
A partir daqui, o grupo viaja com cautela, tentando evitar os contaminados, mas também os humanos que abatem qualquer animal que vejam. A viagem torna-se num Walking dead versão animal, com amigos a serem transformados em animais raivosos e descontrolados, enquanto sentimos cada vez mais empatia para com aqueles animais domésticos que se vêm perseguidos e isolados.



Ainda que existam, claro, algumas semelhanças com Walking dead (no sentido em que as personagens se confrontam com amigos que de repente agem de forma descontrolada e assassina), os gatos são mais inocentes do que os humanos, com menos entendimento no que se está a passar, e, pelo menos neste volume, revelam-se menos egoístas e traiçoeiros.
A perspectiva é, portanto, mais inocente, mas, também mais intenso. Entre os vários episódios de perseguição e confronto não existe o mesmo espaço para a criação de tensão, nem para o desenvolvimento de relacionamentos como com os humanos. Percebe-se, claro.



Feral é uma série visualmente interessante, que reinventa um conceito com grande popularidade. Ainda assim, não se torna tão envolvente, mas proporciona momentos de lazer com alguma tensão e empatia, devendo prosseguir com a leitura para o segundo volume.