Polaco, Jersy Kosinski passou parte da sua infância com uma família de aldeões para dissimular a sua origem judaica, tendo-se reunido após a Segunda Guerra Mundial aos seus familiares.
Mais tarde, formado, emigra para os EUA, onde adquire a cidadania americana. Dedica-se à escrita e torna-se essencialmente conhecido por três obras – The Painted Bird (1965), Stepes (1968), Being There (1971).
A primeira, The Painted Bird, retrata as deambulações de uma criança que, tal como o autor, foi deixado ao cuidado alheiro durante a Guerra, numa aldeia recondida da Polónia. Mas, neste caso, a velhota responsável morre, e o rapaz ve-se sozinho ao frio, em busca de abrigo e de alimento. Sucessivamente marginalizado pela sua tez morena entre os aldeões loiros de olhos azuis, vai sofrendo vários actos de agressividade preversa por o pensarem judeu ou cigano.
Onde o preconceito e a superstição reinam sobre os ignorantes, nascem os episódios macabros contados de maneria crua, que me criaram uma sensação de surrealidade. Ficcional ou verífica, a história mostra-nos várias vezes, como a crueldade humana, no meio da pobreza e da miséria da Guerra, apenas é limitada pela imaginaçao.
Livro polémico, que se julgou ter uma base auto-biográfica durante alguns anos, apesar de publicada como ficcional; foi reconhecido e aconselhado ao longo dos anos como um dos melhores retratos da Segunda Guerra Mundial. Uma obra marcante, não aconselhável a pessoas susceptíveis, diferente da maioria dos livros sobre a Guerra.

boa sugestão. até um menino chamado José Luís Peixoto anda a ler este livro.
Foi o livro dilacerante, peturbante e perturbador. Um manual de sobrevivência no reino da ignorância. Muito bom.
Um livro único. Espetacular , IMPACTANTE.
Gostaria de saber onde vende essa edição de capa roxa.É quase impossível achar esse livro para vender.
Minha geração perde muito ao não ter acesso a essa obra de arte.
Bem, pode ser encomendado no site da editora
http://www.livrosdeareia.com/livros.htm
ou encontrado nas livrarias referidas no site 🙂
http://www.livrosdeareia.com/ondecomprar.htm
olá, gostaria de me corresponder com alguem que conhece jerzy kosinski, pois tenho o mesmo sobrenome e gostaria de saber se somos parentes.
eu moro em são paulo , no brasil e achei esse livro em um sebo (loja de livros usados) de principio o deixei por dias em um canto da estante, e numa tarde de tedio o peguei para ler….caros amigos foi dai em diante que vivi o inominavel, me emocionei a cada capitulo, me horrorizei, me perdi, me questionei, senti nauseas, chorei, tive raiva,abandono….como um livro pode nos fazer sentir tantas coisas…..???? mas para mim é uma obra prima, o melhor livro que ja li em toda minha humilde vida!!! convido a todos a passar por essa experiencia.
patricia
Onde vc achou aqui em Sampa, Patricia?! Qual sebo?! Queria comprá-lo… Foi em Português?! Obrigado! =D
Olá Patrícia.
Eu moro no Porto, em Portugal, e na visita a uma feira do livro no Porto encontrei uma livraria com bastantes livros usados, uns antigos, outros mais recentes. Por norma essas livrarias ficam mais afastadas das grandes editoras presentes na Feira. São essas que eu procuro. Para mim é como uma visita a uma espécie de arca do tesouro. Vou procurando toda a sorte de autores e livros. A grande parte desse livros estava à venda quase a preço simbólico (5,00€). Quase por acaso encontrei esse livro “o Pássaro Pintado”, uma 2ª edição de 1965, com tradução em para Brasileiro, por cá no nosso reino, nessa altura o livro era censurado. Olhei a capa de relance e uma vez que o tema era sobre a Segunda Guerra, que me interessa, comprei-o. Durante algum tempo deixei-o na pilha de livros pendentes de leitura. Estava a terminar um livro e o Jerzy ficou à espera da sua vez. Comecei a ler.. A partir desse momento foi impossível parar de ler este livro. Apesar do espanto e da incredulidade perante a crueza da narração, cada página era avidamente dobrada na esperança de que na próxima etapa aquela criança não continuasse a sofrer.
Ainda não terminei o livro mas confesso que chegado ao capítulo XII já não estranho mais as suplicias por que o menino passa. Aparte uma ou outra cena algo escabrosa este é um testemunho brutal, um espelho cruel do poder da ignorância.
E aqui já não sei onde estou. Parece que regressei à Idade Média a Séculos que não me pertencem, mas sim à História das Trevas da Desumanidade e da Inquisição.
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Paulo Correia
Porto, Portugal
pcorreia@eu.ipp.pt
as vezes acho que estou presa nesse casebre, nessa floresta…….