Polaco, Jersy Kosinski passou parte da sua infância com uma família de aldeões para dissimular a sua origem judaica, tendo-se reunido após a Segunda Guerra Mundial aos seus familiares.

Mais tarde, formado, emigra para os EUA, onde adquire a cidadania americana. Dedica-se à escrita e torna-se essencialmente conhecido por três obras – The Painted Bird (1965), Stepes (1968), Being There (1971).

A primeira, The Painted Bird, retrata as deambulações de uma criança que, tal como o autor, foi deixado ao cuidado alheiro durante a Guerra, numa aldeia recondida da Polónia. Mas, neste caso, a velhota responsável morre, e o rapaz ve-se sozinho ao frio, em busca de abrigo e de alimento. Sucessivamente marginalizado pela sua tez morena entre os aldeões loiros de olhos azuis, vai sofrendo vários actos de agressividade preversa por o pensarem judeu ou cigano.

Onde o preconceito e a superstição reinam sobre os ignorantes, nascem os episódios macabros contados de maneria crua, que me criaram uma sensação de surrealidade. Ficcional ou verífica, a história mostra-nos várias vezes, como a crueldade humana, no meio da pobreza e da miséria da Guerra, apenas é limitada pela imaginaçao.

Livro polémico, que se julgou ter uma base auto-biográfica durante alguns anos, apesar de publicada como ficcional; foi reconhecido e aconselhado ao longo dos anos como um dos melhores retratos da Segunda Guerra Mundial. Uma obra marcante, não aconselhável a pessoas susceptíveis, diferente da maioria dos livros sobre a Guerra.

Jerzy Kosinski, The Painted Bird, Edição Portuguesa