brave new worlds

Neste conto de James Morrow o valor de um indivíduo é estabelecido de acordo com o seu potencial reprodutor. E logo desde que nasce – um bebé infértil nada mais é senão um impecilho, que é eliminado logo no início para não ocupar espaço. Igualmente, também as mulheres em menopausa perdem o seu valor para a sociedade e podem ser descartadas mais facilmente.

O “Ide e multiplicai-vos” não deturpa apenas o valor da vida humana, mas todo o dia-a-dia desta sociedade. O valor da procriação é de tal forma elevado que todo o tipo de práticas sexuais se devem resumir ao objectivo de procriação, havendo sempre disponíveis um conjunto de fêmeas férteis ao longo do mês para garantir o mínimo desperdício de óvulos ou espermatozóides.

Mas tirando o desgosto maternal de ver as suas bebés inférteis mortas, os restantes elementos da sociedade parecem estar de acordo com esta forma de agir e pensar, onde tudo é feito ao exagero tendo em vista o objectivo máximo: a multiplicação.

Apesar de não achar um conto extraordinário (não é especialmente marcante do ponto de vista de escrita ou de descrição de acontecimentos e personagens) é uma história que se destaca pela premissa apresentada num ambiente de aparente aceitação pelos membros da sociedade.