
Por razões óbvias este foi um dos livros que levei para Barcelona, na recente viagem para assistir à Eurocon. O que encontrei foi uma história engraçada que mistura a visita de alienígenas com viagens transdimensionais e um teletransporte baseado na memória, elementos que se transformam perante o que parecem ser restos New Age na forma como desfaz o enredo.

Após a primeira visita de uma espécie alienígena, três seres humanos são escolhidos para contactar com estes seres que relembram moscas mas que parecem ser uma espécie comunitária como as abelhas e as formigas. Por conta da localização geográfica dos primeiros contactos, Roma, a equipa é constituída por um psicólogo, uma psíquica e uma freira que formam uma combinação peculiar com lugar para a religiosidade e o misticismo.
O encontro oficial que se segue termina com o desaparecimento da cúpula da Basílica de São Pedro sem que se perceba se deriva de um ataque terrorista ou de um ataque alienígena. Este desaparecimento é a primeira pista para um fenómeno relacionado com a forma como estas moscas gigantes guardam as memórias e as transmitem, capacidade que pode ser adquirida por alguns seres humanos.

Aproveitando as capacidades reveladas pelo grupo que contactou os alienígenas, os seres humanos planeiam viagens no espaço para colonizar outros planetas, sem entenderem por completo a tecnologia que vão usar – tecnologia que, aos nossos olhos, pode ser vista como magia.
Utilizando espaços fora do tempo que podem ser atingidos por percepção neuronal e uma perspectiva singular para a utilização da memória, Ian Watson cria uma história com premissas interessantes sem explorar totalmente o seu potencial e acaba por se perder nos aspectos relacionais das suas personagens que, sendo importante para criarem empatia com o leitor, acabam por desviar toda a história.