O segundo conto da antologia O Último dia do Futuro, A divisão de aparecimentos leva-nos a um futuro pouco distante em que os empregos escasseiam e todos parecem ter múltiplas capacidades. Um jovem geek, fascinando em coisas do passado, que integrou a polícia cansa-se do seu trabalho rotinado atrás de uma secretária e propõe-se a integrar a divisão de aparecimentos ainda que não saiba exactamente do que se trata.
O que descobre absorve-o totalmente. Esta divisão foca-se na investigação de casos de aparecimento, ou seja, pessoas ou objectos de outras épocas que se materializam no tempo em que se encontra – uma possibilidade assustadora, que se mantém oculta dos comuns mortais.
De conceito fascinante e final pouco satisfatório (pelo menos para mim), é uma história envolvente que caracteriza com eficácia um futuro plausível. É neste contexto que adiciona o factor perturbador dos aparecimentos, justificando-o e progredindo a ideia nesse sentido. Nesta vertente, julgo que esta segunda componente teria funcionado melhor se a história tivesse sido estendida, para melhor criar empatia com o leitor para a finalização. No entanto, dado o espaço disponível para conto, é uma excelente história.
