O primeiro volume apresentou uma série de desenvolvimento viciante, rodeada de pequenos mistérios, mas antecipando a existência de uma família de canibais no interior rural japonês. Um polícia ter-se-à mudado para a localidade com a sua família, achando que o seu antecessor era maluco pelas suspeitas de canibalismo. Rapidamente percebe que algo não bate certo naquela comunidade. Estamos agora no quarto volume e a série mantém-se viciante e interessante, revelando partes de um mistério macabro que vai ganhando dimensão com a progressão da história.
Ainda que tenha achado o segundo volume um pouco mais pausado e menos revelador de detalhes do mistério que motiva a história, o terceiro ganha nova intensidade quando uma pessoa desfigurada contacta o polícia e lhe apresenta a sua teoria para o estará a acontecer naquela localidade. Os detalhes são, no mínimo, desagradáveis, mas de alguma forma parecem fazer sentido. Mas o polícia não se encontra sozinho, e a investigação do mistério pode ter graves consequências para a sua família – tal começa a ser cada vez mais evidente.



Depois de perceber que se encontram sob constante vigilância, o polícia resolve, finalmente, por a sua família em segurança. A comunidade da vila é bastante intrusiva, com interacções que se começam a ser grosseiras. Segundo a mentalidade local o respeito é devido e para se integrarem devem obedecer aos mais velhos – o que não é fácil para um polícia que está a investigar a comunidade, descobrindo progressivamente detalhes cada vez mais macabros.
A série vai apresentando vários episódios de tensão, seja porque se descobrem alguns novos detalhes sobre o suposto canibalismo local, seja porque a família se sente vigiada e perseguida. Esta tensão constante começa a ter efeitos nefastos no polícia que nem sempre consegue manter a calma, explodindo de forma agressiva para os locais que está a tentar investigar.



Os locais parecem, simultaneamente, inocentes, inclusivos e inofensivos, mas também, ocultos, misteriosos e perigosos. Existe uma aura de mistério, algo que não é dito, mas a intrusão a que se acham no direito, sob a vida da família do polícia é enervante. O próprio agente sente-se desconfiado, mas nos momentos mais críticos, fica sempre a dúvida sobre a veracidade das suspeitas que tardam em confirmar-se.
A comunidade local não é a única que apresenta comportamentos estranhos. Uma família que não vive propriamente na vila, mas na floresta, tem demonstrado, ao longo dos quatro volumes, comportamentos incoerentes. Entre o isolamento, e regras próprias, esta família parece ser o componente perfeito para se explorar o mistério – até, demasiado perfeito.



Entre os vários elementos, a tensão vai crescendo ao longo destes volumes e o quarto termina prometendo acção mais concreta por parte do polícia, auspiciando violência e descoberta. Mas, pelos detalhes que vão sendo espalhados, parece-me que o mistério vai revelar-se mais estranho do que pensamos.
