
Mais conhecido por World War Z (um thriller apocalíptico de zombies adaptado para cinema), Max Brooks escreveu sobretudo sobre Zombies e Minecraft, tanto no formato de romance, como em banda desenhada. Este Involução, no entanto, possui um tema diferente, apesar de ser, também, um thriller movimentado.
A história
Um conjunto de pequenas famílias decide formar uma aldeia ecologicamente equilibrada, mas tecnologicamente avançada. A energia teria origem em fontes orgânicas e tudo seria reaproveitado, mas estes seres humanos estariam rodeados das mais avançadas formas de tecnologia. Assim se explica que sejam capazes de trabalhar remotamente, usando a internet para tal.
O quotidiano deste grupo de famílias vai ser alterado quando, no seguimento de uma forte erupção vulcânica, seguida de um sismo, perdem contacto com a restante civilização. As estradas não permitem a passagem de carros e os meios de comunicação não funcionam. Têm, portanto de meter mãos à obra e tentar gerir os alimentos de que dispõem, de forma a sobreviver por largos meses.
Mas este não será o único desafio – da floresta virá um ser primitivo que irá competir pelos mesmos recursos, uma ameaça poderosa e silenciosa que se pensava existir apenas em histórias fantásticas.
Comentário
Tal como Guerra Mundial Z, Involução apresenta uma narrativa tensa que vai dar lugar a bastante acção e movimento. Depois de uma breve situação das circunstâncias em que a narrativa apareceu, a história centra-se na jovem que vive na comunidade, uma americana sem grande experiência em tempos de escassez e tensão, mas que será forçada a enfrentar uma realidade totalmente diferente.
A catástrofe natural proporciona o primeiro motivo para tensão entre os habitantes daquela comunidade, mas é usada, também, para justificar o encontro com a criatura primitiva, ao mesmo tempo que é a forma perfeita de justificar o isolamento da civilização.
A perspectiva centrada numa única personagem, sob a forma de diário pessoal, funciona em velocidade narrativa, permitindo que as páginas se sucedam. A história não apresenta grande complexidade e este ponto de vista único facilita a fluidez da leitura, cumprindo o objectivo ao qual o autor se propôs – construir um thriller. Por outro lado, a premissa de diário pessoal nem sempre é coerente com alguns factos da narrativa, mas a velocidade do texto permite passar por eles facilmente – as incoerências mantém-se abaixo do nível em que poderiam causar problemas na leitura.
De resto, a narrativa cumpre a expectativa – uma história leve, carregada de movimento e acção, simples e corrida que permite uma leitura rápida.
Fiquei curiosa com a premissa, embora o único livro que li do autor tenha sido “World War Z”. Já agora não posso deixar de notar que a capa portuguesa não funciona tão bem como as restantes que mostras no artigo. A primeira impressão que tive foi de que o terror vinha em forma de um bebé ou uma criança, o que é completamente errado. Será que sou só eu que fico com essa sensação?