As figuras Frankenstein e Vampiro são actualmente, duas das mais conhecidas de histórias de horror.Tiveram, estranhamente uma origem comum quando Byron terá desafiado uns amigos a escreverem histórias de horror. Polidori terá escrito assim “Vampyre” e Mary Shelley “Frankenstein; or, The Modern Prometheus”. Prometeu Moderno, porque tal como Prometeu, Frankenstein terá criado uma criatura à sua imagem tendo sofrido as consequências desse acto de auto-glorificação – Prometeu é castigado pelos Deuses, Frankenstein sofre às mãos da sua criação.
Numa primeira versão (1818), Shelley terá caracterizado Frankenstein ( o cientista e não o “monstro”) não como uma personagem digna e sensível, mas como alguém nem sempre movido por objectivos dignos, que mantinha uma relação incestuosa com a irmã. Mais tarde, quando reconhecidos os seus créditos na obra, Shelley terá então realizado as modificações. É esta segunda versão a mais lida e conhecida.
Abandonado pelo seu criador nos primeiros minutos de consciência, a criatura terá deambulado confusamente até se resguardar numa floresta. Escorraçado por todos os humanos, cria então uma profunda vontade de propagar o seu desespero e solidão, chegando ao ponto de perseguir o seu criador para obter uma companheira.
Uma história que descreve não um monstro, mas uma criatura inteligente que terá originalmente bons sentimentos e bons propósitos. Uma criatura que se vê só e desamparada, abandonado até pelo seu criador. Tocada pela beleza da natureza, pela sensações e pela sensiblidade – uma sensiblidade que se corrompe pela injustiça e malvadez, uma bondade que acaba em tragédia.
Embora Frankenstein seja o nome do cientista criador, é por esse nome que se tornou popularmente conhecida a criação hedionda.