Harrold, um aborrecido fiscal das finanças, vive cronometradamente uma rotina delineada ao milímetro. Como seria de esperar, algo interfere com os seus hábitos. Assim, numa manhã como todas as outas, uma voz começa a narrar a sua vida – os seus actos, sentimentos ou pensamentos; uma voz que só ele ouve.

Transtornado, prossegue o seu dia apesar de perseguido pela narradora. Reage de forma estranha para com os colegas e aquando da fiscalização de uma pastelaria, tendo de adiar o seu trabalho. Apesar de abalado só se assusta quando a voz auspicia a sua morte, altura em que se decide a procurar um perito em Literatura Inglesa. Este resume a sua situação de modo simples – se faz parte de um livro ou é cómico e a história termina em casamento; ou é uma tragédia e culmina com a sua morte.

Simultaneamente, a escritora Karen Effiel escreve o seu romance desconhecendo que poderá influenciar a vida de um personagem não ficcional. Nervosa e obcecada por descobrir a maneira perfeita de matar a sua personagem continua a tecer a história em torno do final.

Comédia ou tragédia, Harrold continua a encontrar-se com a dona da pastelaria que estaria a fiscalizar, tira alguns dias do trabalho, e dedica-se a evitar o seu fim. Perante a morte, toda a rotina se altera e tenta aproveitar os momentos que podems ser os últimos.

Entre os dois géneros, o filme possui, na exploração de uma hipótese ficcional engraçada, momentos cómicos pouco usuais. Apesar de não o ter achado extraordinário, é um filme envolvente, simpático e algo diferente.