Conhecida por obras no género fantástico e ficção científica, como The Dispossessed, The Left Hand of Darkness ou a série Earthsea, Ursula K. Le Guin escreveu recentemente Lavínia, um livro que pode ser enquadrado dentro do Romance Histórico misturado com o sobrenatural.
Em Lavínia, a autora escolhe como personagem principal aquela que dá título ao livro, uma princesa do Lácio que, na Eneida apenas teve direito a um papel secundário e silencioso, como aquela por quem Eneidas batalha, com o intuito de ser rei numa nova cidade.
A única de três irmãos a sobreviver à infância, Lavínia pouca atenção recebe da mãe enlouquecida. Em contrapartida, partilha as cerimónias religiosas com o pai, que desculpa as acções da esposa. Criada entre as raparigas do campo, Lavínia habitua-se a correr entre as montanhas e, tal como o pai, tem o de escutar o oráculo. Mas não escuta a voz dos antepassados, antes a voz de um poeta do futuro que a há-de referir na sua história.
Chegada à altura de casar, são vários os pretendentes latinos, entre os quais se destaca Turno, um primo que a mãe favorece visivelmente. Terminado o prazo de decisão, esta é cancelada por um poderoso vaticínio que determina o casamento com um príncipe estrangeiro, Eneias. Turno rejeita a voz do oráculo iniciando uma guerra contra os recém-chegados troianos, onde o papel das mulheres é apenas simbólico.
Voz narradora, Lavínia é uma espectadora sem grande profundidade psicológica, com a qual é difícil de simpatizar, pela passividade e resignação aos acontecimentos. Talvez tivesse sido mais interessante conhecer o ponto de vista das restantes personagens. Desta forma, Lavínia é uma obra de leitura fácil que distrai, mas não me cativou.
ameiii esse livro super legal o nome dele.kkkk