A sessão desta mês trouxe-nos Paulo Guinote e Fernando Dacosta. O primeiro, docente de Português, é o responsável do blog A Educação do Meu Umbigo agora inactivo, enquanto que o segundo se formou em Filologia Românica e prosseguiu a carreira de jornalista, tendo sido co-editor das edições Relógio de Água.
Trazida por Fernando Dacosta, a primeira autora falada foi Natália Correia, com o livro O Armistício. Na realidade, o livro foi secundário. Falou-se foi mesmo da autora e da sua irreverência como personagem política tendo Fernando Dacosta aproveitado para contar alguns cómicos episódios da escritora.
Após as lembranças de Natália Correia, seguiu-se a recordação de dois livros de ficção científica, Floresta é o nome do mundo de Ursula K. le Guin e Estranho numa terra estranha, ambos publicados na colecção de Ficção científica da Europa-América e ambos uma resposta à sociedade da época, antevendo, em alguns anos, as revoluções sociais que se iriam seguir.
Depois de uma breve referência a Agostinho da Silva, seguiram-se duas obras pouco faladas: Albergue Nocturno de Máximo Gorki e Um dia na vida de Ivan Deníssovitch de Aleksandr Soljenítsin. Este segundo deu azo a mais conversas e intervenções do público pela história que relata – a de um homem preso que consegue tirar prazer do seu dia-a-dia pelo simples facto de nada de mal lhe ter acontecido.
Claro que não podia faltar uma referência a Jorge de Sena, tendo Fernando Dacosta lembrado o livro Sinais de Fogo, a par com O Punho de Bernardo Santareno. Do primeiro apenas li O Físico Prodigioso mas fiquei bem impressionada, razão pela qual estranhei não ter sido falado nestas sessões até agora.
Se falar de ficção de género tinha sido já um momento bastante especial desta sessão, seguiu-se outro com referência à banda desenhada, onde se recordou As Jóias de Castafiore (Tintin), A balada do mar salgado (Corto Maltese), Silêncio de Didier Comès (com citação de uma crítica do blog Leituras de BD) e alguns livros de Simon du Fleuve. Aqui Paulo Guinote aproveitou para referir a forma como entusiasma os alunos para este formato, fornecendo ferramentas informáticas para que possam criar as suas próprias pranchas.
Depois de uma breve referência a Isabel Medina com a peça África, a sessão voltou a pausar, partindo de Versos de Amália Rodrigues para falar da cantora que seria bastante menos simples do que gostava de fazer transparecer.
Se já é interessante ouvir falar de livros que desconhecemos ou que vimos nas prateleiras perdidas dos nossos pais, ainda é mais delicioso conhecer as histórias peculiares por detrás dos nomes que assinam as obras, aspecto em que têm sido ricas estas sessões.





