
189 – Há sempre tempo para mais nada – Filipe Homem Fonseca – O mais recente livro de Filipe Homem Fonseca é uma viagem pelo luto onde as reviravoltas (expectáveis) cumprem o papel na medida certa. De leitura agradável, possui boas metáforas (que conseguem conter ciência sem escorregar) numa perspectiva interessante que atinge, apesar do tom aparentemente leve, a tragicidade devida;
190 – A Garagem Hermética – Moebius – Conjunto de episódios nitidamente de ficção científica em que um homem da Terra se vê numa época distante como figura mítica, imortal e temida. As batalhas pouco palpáveis têm consequências bastante visíveis numa série de episódios soltos que deixam demasiado à imaginação. Apesar de interessante, achei-o demasiado datado.
191 – Parque Chas – Ricardo Barreiro e Eduardo Risso – Começa como pequenos episódios fantásticos, quase fantasmagóricos em torno de uma região urbana em que desaparecem pessoas e meios de transporte e em que existem portais para outras regiões, épocas ou realidades ficcionais. A obra em mosaico ganha dimensão com a exploração do relacionamento da personagem principal com uma femme fetale, elemento que catapulta a acção para uma série de aventuras estranhas. Muito bom!
192 – King Rat – China Miéville – No primeiro livro de um dos meus autores favoritos ainda falta a densidade de elementos estranhos que o iria incluir no New Weird e destacar como o autor de algumas das obras mais complexas do género. Ainda assim, nota-se a capacidade de fazer visualizar ideias e personagens de uma forma belíssima que transforma uma história de premissa relativamente simples numa boa e cativante obra.