Ye é daqueles livros que atrai à primeira vista. A capa apresenta uma personagem que está nitidamente em apuros sobre um cenário detalhado, e se virmos rapidamente algumas páginas, estas apresentam um padrão visual semelhante à capa. Portanto, em termos gráficos é um volume interessante, sendo na componente narrativa que pouco tem de novo ou de inovador.

A história é relativamente simples. Neste mundo fantástico existe uma entidade maligna que, após uma longa guerra, ainda espalha sentimentos negativos pelos habitantes. Os que estão contaminados são psicologicamente puxados para pensamentos sombrios.

No decorrer da passagem de algo associado a essa entidade maligna, um jovem é contaminado. Para recuperar a fala, o seu usual espírito e uma vida regular, deve partir em demanda em busca de uma poderosa bruxa que poderá ser capaz de afastar a mancha da entidade maligna.

Pelo caminho, o jovem Ye vai conhecer piratas e músicos, artistas de circo e, finalmente, bruxas. Cada um destes episódios é-nos apresentado de forma bastante simples, com reviravoltas rápidas mas sem grande consequência a não ser indicarem a progressão da busca.

Esta narrativa de procura e pesquisa por uma cura que permita o regresso à normalidade não é muito original. Ainda que, inicialmente, mostre uma premissa interessante, esta também não é nova e já foi explorada em inúmeras outras histórias. A forma como o faz também não é muito emocionante.

Então qual será o ponto positivo deste livro? Sem dúvida o visual. Os desenhos são capazes de transmitir sentimentos e possuem detalhes agradáveis com uma composição cromática atractiva. E neste ponto, não sendo extraordinário, Ye pode ser bem apreciado.