81 – Nellie Bly – Virginie Ollagnier – Nellie Bly destacou-se no jornalismo por ser uma mulher que fez a cobertura de várias situações pouco usuais para o seu género, como a cobertura da I Guerra Mundial ou uma volta ao mundo em 72 dias. Mas um dos seus grandes trabalhos de investigação estará relacionado com o internamento de mulheres em hospitais psiquiátricos. As mulheres que acabam nestas condições são sobretudo pobres, não necessariamente afectadas psicologicamente, mas os maus tratos a que são submetidas irá condicionar a sua saúde física e mental. Nellie Bly apresentou estas conclusões, chocando a sociedade da época, e o leitor mais actual. A história está bem contada no formato e o resultado é uma boa leitura;
82 – Em Redes – Audrey Caillat – A história leva-nos à Ilha da Culatra comparando tempos mais antigos com mais recentes, mostrando uma população empobrecida que vive da proximidade do mar, onde cabem, também, os que frequentam a base de aviação naval ali próxima. O retrato é cativante, muito peculiar pela apresentação de contrastes;
83 – A língua do Diabo – Andrea Ferraris – Na Sicília a população local apresenta uma estrutura bastante rígida. Existe quem tenha riquezas e possa fazer quase tudo. Existe quem não as tenha e deva se submeter. É nesta realidade que um homem vive à sombra do pai que já morreu, vítima das suas obsessões. Já o irmão mais novo, compreende-as, mas ainda que se deixe enrolar durante algum tempo, irá criar o seu próprio destino;
84 – Tati e o filme sem fim – Arnaud le Gouefflec – A história apresenta superficialmente o cineasta, cruzando a sua existência com a dos seus filmes, um misto de realidade e ficção com ligeiros toques divertidos. O resultado é uma leitura curiosa mas que não me interessou o suficiente para considerar boa.