Quase no final de The Promised Neverland, e à espera dos novos grandes volumes de Dragon Ball (os que compilam três dos de tamanho normal) bem como novos de Magus of The Library, resolvi procurar uma nova série. As referências indicaram-me duas possíveis séries interessantes – The Ancient Magus Bride e Fairy Tail. Tive alguns problemas éticos com a primeira (apesar de alguns detalhes fascinantes em termos de construção de mundo) mas esta segunda alinha-se mais com a ligeireza de Dragon Ball ou One Piece e deverei prosseguir com a leitura.

A narrativa começa por se centrar numa jovem, maga, de nome Lucy, que é fascinada com uma das guildas mais famosas. É neste seguimento que aceita o convite de um mago que a leva a bordo do seu barco para a drogar e traficar. Felizmente, a jovem apercebe-se do engodo e, resistindo, tem ajuda de um verdadeiro mago, Natsu, que termina o salvamento. Natsu é um feiticeiro bastante poderoso, mas despistado e catastrófico que acaba por causar grandes danos materiais nas suas intervenções heróicas.

A partir daqui, ainda no primeiro volume, Lucy junta-se à guilda e começa a partir em missões com Natsu. Cada uma das missões é mais estranha do que a anterior. A primeira é irónica e mirabolante, enquanto a segunda se centra na paixão pelos livros e pela literatura. As aventuras são divertidas, com batalhas de reviravoltas engraçadas, por vezes irónicas, representativas do espírito da série.

Até agora, ambos os volumes exploram de forma tangencial as interacções entre os magos da guilda, aprofundando, pouco a pouco, os detalhes do mundo e a forma como as guildas interagem. O primeiro volume é mais introdutório das personagens mas apresenta uma pequena aventura representativa do género de missões. Já o segundo apresenta uma missão mais longa e complexa, onde não faltam as revelações, terminando com o início de uma outra missão que envolve mais magos e outras guildas.

Ainda que não considere uma leitura extraordinária, é divertida, com uma construção de mundo leve e imaginativa, que usa elementos que conhecemos de outras narrativas fantásticas, mas que também introduz alguns elementos curiosos, como os contratos com criaturas mágicas que podem ser usados de múltiplas maneiras (ainda que estas criaturas tenham temperamentos muito próprios).

Coerentemente, as personagens são relativamente simples e lineares, com poucos conflitos pessoais ou grandes introspecções, mas de comportamento mais ou menos padronizado, quase cliché, sobretudo nas componentes cómicas, entre reacções e intracções, que ajudam a balancear as missões e batalhas mais sérias.

O resultado não é, novamente, excepcional, mas é agradável e divertido, proporcionando distração. Parece-me adequada aos mesmos públicos de One Piece e DragonBall, pelo que ainda não corresponde a algo que vá substituir a falta de séries mais densas como Magus of the Library.