Neste livro de capa chamativa, o autor propõe-se a recontar a história do Feiticeiro de Oz, não tomando Dorothy como personagem principal, mas Elphaba, a suposta maligna bruxa do oeste, afinal uma personagem incompreendida, que luta pela libertação do reino e pela aceitação dos animais sapientes.

Nascida num dia de acontecimentos estranhos, Elphaba apresenta não só pele verde, como uma dentição completa que não se roga a usar. Não suporta o toque da água e os pais desesperam ao olhar para tão estranha criança.

Animais sapientes, terras separadas e habitadas por povos de diferentes costumes – Maguire transmite-nos a complexidade de uma hierarquização social encabeçada pelo feiticeiro, e contra a qual Elphaba se insurge, após tomar conhecimento das injustiças e desiguldades resultantes de uma má gestão.

Com um enredo interessante em torno de uma personagem pouco convencional e inteligente, a história enrola-se em torno da original, embora tomando a orientação oposta. Achei a história bem construída, até ao final – e é exactamente aqui, nas derradeiras páginas que me decepcionou.

O desfecho da história é vulgarmente conhecido, mas nem por isso devia ter sido negligenciado, como o senti – é o modo como se apresenta o final e não o final propriamente dito que faz a diferença.

Mesmo assim, achei o livro recomendável, tendo já adquirido a continuação, Son of a Witch. Em Portugal, foi publicado com o título A Bruxa de Oz, pela casa das letras.