Do mesmo realizador que The House of the Flying Daggers ou Hero, The Curse of the Golden Flower é um dos filmes pelo qual esperava a estreia. Destes, Hero foi o que mais marcou, não só pela lógica estranha, diferente e surpreendente, mas também por não nos apresentar uma linha simples, antes uma história escamada de diferentes versões que achei espectacular. Também The House of the Flying Daggers, com uma bonita banda sonora, me fascinou ainda que em menor medida.

The Curse of the Golden Flower , por sua vez, retrata uma família imperial nos dias que antecedem um importante festival (Chong Yang). Apesar de ser um pequeno núcleo familiar, existem relacionamentos obscuros, traições imprevistas e pesados segredos encobertos pela sede de poder. O primogénito, filho da primeira consorte, deseja afastar-se e abdicar, e a imperatriz que borda flores sem parar, é assomada por estranhos tremores.

Referências à semelhança com obras de Shakespeare ou com famílias mafiosas como os Bórgia parecem-me apropriadas e embora haja quem considere esta comparação favorável (por provar uma semelhança entre famílias poderosas de sociedades opostas), acho que foi esta ocidentalidade que me decepcionou um pouco. Considerei que grande parte do desenrolar era previsível, e que as personagens poderiam ter sido melhor exploradas – apesar de as ter visto descritas como complexas, a maioria não passou do insípido.

A favor, o bom aspecto dos cenários e vestuários que transmitem uma extravagância e uma beleza raramente vistas no ecrã. De resto, vê-se bem, tem momentos altos interessantes, mas não pode ser comparável aos anteriores.

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Pequeno aparte e fora do tema do tópico – é incrivel, inacreditável que filmes como The Fountain apenas estreiem em 2 locais do país, quando existem cinemas com 14 e mais salas. Enfim…