(Os Favoritos – Parte I / Parte II)
Claro que não me podia ficar apenas pelos quatro autores apresentados, com tantas outras boas leituras que já tive oportunidade de apanhar. E ainda não é desta que começo a falar de autores portugueses.
5 – Amin Maalouf
Não, não li todos os livros que foram publicados do autor em português. Infelizmente descobriu-o numa altura em que já estava a parar de ler romances históricos. Ainda assim, O Périplo de Baldassare destacou-se pelas aventuras atribuladas vividas por um mercador genovês no ano de 1665, ano de caos na Europa pela proximidade ao mítico número da besta, 666. Perto do que acreditavam ser o Fim do Mundo os homens começam a ter comportamentos pouco previsíveis e até erráticos.
Já As Cruzadas Vistas pelos Árabes tem um tom bastante mais académico, descrevendo os acontecimentos que rodearam a Guerra Santa, pela perspectiva de quem viu a guerra trazida à sua Terra por bárbaros mal educados, pouco honrados e pouco civilizados – uma propagação de caos que iria fragilizar a zona às conquistas turcas.
6 – Ursula (K.) le Guin
Aqui está um nome que não podia faltar. Começando pela vertente fantástica, a série The Earthsea é uma das melhores sagas do género que li. Para além do mundo bem estruturado destacam-se as personagens e o seu desenvolvimento ao longo da série. Apesar de poder ser lida por adultos, a saga encontra-se publicada em português na colecção Estrela do Mar da Editorial Presença.
Mas passando à vertente de ficção científica da autora, que se encontram, também, entre os meus favoritos no género. Claro que The Left Hand of Darkness ou The Dispossessed são incontornáveis referências ao nos apresentarem civilizações humanas onde pequenas diferenças resultam em utopias distópicas – mundos onde a perfeição é relativa, resultando em obras de elevada carga política e social, que conferem vasto alimento para introspecção.
Dentro do mesmo ciclo encontramos The Word for the World is Forest, um visceral livro de conflito entre duas civilizações planetárias humanas, que relembra a intensiva colonização pelos Europeus, com a exploração desenfreada dos recursos naturais, e o tratamento pouco civilizado dos habitantes de outros continentes.
Já na ficção curta há a destacar The Ones Who Walk Away from Omelas, uma poderosa história utópica que esconde, também, uma distopia. Mas não devem ser esquecidas as obras menos conhecidas. The Lathe of Heaven apresenta-nos um homem capaz de modelar a realidade com os seus sonhos, Changing Planes centra-se na capacidade de mudar de plano de existência enquanto se espera por um avião.




