
Nazis. Cientistas malucos. Experiências interdimensionais. Alienígenas. Assassinatos. Não há ingrediente nenhum que falte a este primeiro volume de The Manhattan Projects. Ah! E segredos. Muitos projectos secretos e pessoas de identidade trocada. E mesmo assim terminei sem saber se gostei de tudo.

O famoso projecto Manhattan (que existiu realmente) foi o projecto de pesquisa e desenvolvimento liderado pelos Estados Unidos da América para produzir as bombas atómicas durante a Segunda Guerra Mundial – um projecto que envolveu vários cientistas.

The Manhattan Projects apresenta-nos o Projecto Manhattan como um projecto de fachada para o desenvolvimento de vários projectos polémicos em todas as áreas da ciência. Mas para além desta subversão do projecto, encontramos vários cientistas de personalidades cortantes – cientistas cuja identidade foi trocada pela de assassinos brilhantes.

Entre os detalhes de violência cruzados com misticismo (consumir o corpo de outro transmite competências e poderes) e as dualidades de identidade que originam algumas cenas curiosas, The Manhattan Projects explora a criação de outros projectos envolvendo inteligências artificiais, explorações espaciais e viagens interdimensionais. Nem sequer faltam os alienígenas com as promessas de troca de tecnologia.

Todas essas nuances trazem um conjunto curioso de personagens com as quais se sente pouca ou nenhuma empatia. Os cientistas têm outros objectivos para além da descoberta científica ou a implementação de uma ideia e os militares são uns sacanas – mas ambos os grupos são, na sua maioria, personagens que percebemos muito pouco.

Olhando para a narrativa, entre nazis, alienígenas e loucos, possui vários momentos mirabolantes, combinando estes factores para criar episódios originais que dificilmente conseguimos antecipar – e é neste ponto que a leitura tem o seu auge de interesse.

Finalmente, sinto alguma curiosidade em perceber o que vão desenvolver nos próximos volumes (dada a multiplicidade de elementos possíveis), e ainda que as personagens me tenham interessado pouco, um dos pontos fortes deste primeiro volume é a capacidade de proporcionar estranhos momentos de lazer, pelo que deverei prosseguir com a leitura do segundo volume.