25 – Spaghetti Bros – Vol. 3 – Trillo e Mandrafina – Terceiro volume desta fabulosa série publicada em Portugal pela Arte de Autor. Não é uma série para qualquer leitor (como sabe quem já leu algo de Trillo). Entre o estereotipo italiano e a tendência de Trillo por violência e sexualidade, Spaghetti Bros usa estes elementos para criar uma narrativa entre o cómico e o trágico;

26 – Hummingbird Salamander – Jeff Vandermeer – Dizer que uma história de Jeff Vandermeer é estranha já não é novidade, ou não fosse o autor um dos mais conhecidos autores do New Weird. Ainda assim, esta novela não apresenta os densos mundos imaginados no autor, apresentando-se antes como uma história de fortes raízes na nossa realidade que toca tangencialmente na ecologia e na biotecnologia, enquanto se centra numa curiosa personagem principal;

27 – Individutopia – A história usa um célebre discurso de Margaret Thatcher sobre a inexistência de sociedade para tecer um mundo onde esta premissa é levada ao extremo. Apesar do tema distópico, a história torna-se relativamente leve pela forma como se centra numa personagem tão focada em si própria que parece a caricatura de um adolescente viciado em redes sociais. Apesar de ter um final desconcertante, é uma boa leitura;

28 – A Herança do Coronel – Outro livro de Trillo que se centra num homem, filho de um coronel da ditadura conhecido pela utilização de tortura. O pai há muito que faleceu, mas a sombra dos seus traumas permanece de várias formas na existência deste homem. Apesar de toda esta tragicidade, a narrativa (tal como em Spaghetti Bros) desliza para os detalhes exagerados e semi-cómicos que contrapõem a extrema tragicidade.