
Enquanto espero pelo novo Astérix, eis que me cruzo, cá em casa, com um livro de Astérix dos autores originais que ainda não tinha lido.
De formulação clássica, como vários outros livros deste herói Gaulês, o volume começa por apresentar um problema que será trazido à aldeia dos resistentes gauleses para resolução. Neste caso, trata-se de uma aldeia bretã que resiste à invasão dos romanos e que, tal como a aldeia gaulesa procura manter a sua independência. Tendo ouvido falar da poção mágica, Jolitorax, primo de Astérix inicia a sua viagem.



Como habitual, os gauleses concordam em ajudar, enviando a dupla Obélix e Astérix, conjuntamente com um barril de poção mágica que deverá ser levado até à aldeia bretã resistente. Mas o caminho será feito de contratempos e reviravoltas, não faltando os encontros com os piratas e com romanos que irão permitir à dupla gaulesa fazer algum exercício.
Usando a nova localização, a história tem um sem fim de referências à cultura inglesa, incluindo, claro, o chá e a peculiar culinária. A narrativa é movimentada, usando as usuais confusões ou enganos para criar uma sucessão de episódios engraçados e mirabolantes enquanto a dupla persegue o barril de poção. Em paralelo, Obélix continua a demonstrar o seu pensamento naive, com interpretações simplistas, enquanto deita abaixo qualquer obstáculo como se fosse de areia. Astérix, como sempre, demonstra-se mais sagaz, emparelhando com Obélix de forma perfeita.



A fórmula, que se repete e varia de volume para volume, funciona. Principalmente neste tipo de narrativas com uma direcção clara, onde são os contratempos que causam alguma variação, enquanto os nomes e as referências culturais são usadas para criar trocadilhos e caricaturas. E este volume é um bom exemplo, resultando numa leitura leve e divertida, capaz de entreter os mais jovens e os mais adultos.