
Eis uma descoberta recente que podem encontrar na FNAC por tuta e meia. O volume já saiu em Portugal há 20 anos e na época não me recordo de o ver. Trata-se de um volume em capa dura que tem Manu Larcenet como um dos autores. A capa é curiosa, a premissa também, e o preço, então!
A história
Mas afinal o que nos traz este volume? Bem, a história começa por apresentar uma rapariga peculiar que acredita que todos os que a rodeiam são robots. Para provar tal afirmação, belisca com bastante força as mãos dos colegas, afirmando que os gritos de dor são, decerto, resultado de programação.
Esta jovem, que parece isolada, encontra finalmente alguém como ela, quando um rapaz tem crenças muito semelhantes em relação aos que os rodeiam – mas para ele trata-se de uma invasão alienígena e decerto que quem os rodeia são criaturas disfarçadas de humanos. Juntos tecem planos para provar as suas teorias, levando consigo a irmã mais nova.



Crítica
A obsessão das duas crianças com as suas teorias é um dos pontos principais da história. Juntos, testam a sua lógica mirabolante, numa espiral de acções cada vez mais loucas e rocambolescas. O duo alia-se pelas suas semelhanças, apesar de continuar a simular uma espécie de hostilidade. O rapaz teoricamente não se dá com raparigas. A rapariga não se dá com ninguém. Mas ainda assim, acabam os dois a tecer planos para testarem as suas teorias da conspiração.
De aventura louca em aventura louca, começamos a achar que as duas crianças têm um problema mental – a imaginação começa a transpirar para a realidade e influencia tudo o que fazem. A obsessão é visível e a tensão é crescente. A brincadeira ultrapassa os limites da normalidade.
A história, curta, termina de forma surpreendente, optando por uma solução inovadora e ainda mais rocambolesca. O resultado é divertido, rodeado de um humor negro que se opõe de forma curiosa com as personagens principais, crianças.



Conclusão
Os Cosmonautas do futuro é uma leitura rápida e peculiar com um humor negro peculiar que não vai agradar a todos. A premissa, apesar de divertida, é alongada ao seu limite ao longo da história, terminando com uma estranha surpresa.