Chainsaw man é uma das mais recentes séries de Mangá a ser lançada pela Devir. Entre a leitura do livro e a escrita deste artigo, a editora já lançou o segundo volume e tem o lançamento do terceiro programado para este mês. Premissa simples, desenvolvimento directo, esta série é, tal como outras do género, uma combinação de elementos que funciona bem na construção de narrativas fluídas.
A história tem como personagem principal um rapaz muito pobre, Denji, que se vê obrigado a caçar demónios para saldar as dívidas deixadas pelo pai. Mas a relação que tem com os demónios não se cinge à caça, tendo feito amizade com um demónio específico. Quando, num incidente provocado pelos mafiosos da cidade, quase morre, o seu demónio de estimação une-se a Denji fazendo com que adquira poderes. É nessa altura que uma entidade oficial o capta para as suas fileiras, num misto de caçador e caçado.



A caracterização de Denji é muito simples. Rapaz pobre, percebe que dificilmente sairá daquela situação dado o volume das dívidas. Passa pois os dias a sonhar, partilhando com o seu demónio as aspirações que tem. Uma delas, claro está, envolve conhecer uma rapariga.
A morte e consequente transformação abrem-lhe uma nova porta, ainda que ingresse na organização como um ser controlado – deverá ser vigiado e prestar contas detalhadas. Quem o encontrou foi uma jovem rapariga que, de pronto lhe dá de comer e uma nova missão. Ainda que esta jovem esteja apenas a cumprir o seu trabalho, Denji não deixa de se encantar e assumir bondade naquelas acções. Infelizmente para Denji, ele não é o único admirador da jovem.



A narrativa centra-se apenas em Denji como personagem principal, mostrando-nos a sua perspectiva dos acontecimentos e os seus pensamentos. Saindo da limitadora condição inicial, prossegue agora com missões de caça tanto a demónios como a outros seres estranhos. Neste volume estas missões fornecem alguma diversidade, enquanto encontra outros agentes, também eles peculiares.
Denji não é, no entanto, uma personagem muito densa. O mundo que conheceu era bastante limitado e os seus horizontes anseiam pelas coisas normais de um jovem da sua idade. O contacto com a cidade e com outras pessoas expõem-no a uma complexidade que não é capaz de entender na totalidade, agindo de forma impulsiva e directa.



É neste sentido que considero que a narrativa de Chainsaw man é bastante directa e simplista, ainda que deva dar oportunidade a um segundo volume para perceber a forma como a história vai evoluir – se numa sequência de monstros a enfrentar, ou se algo mais acontece para manter o interesse na história.
